CONDUZINDO MISS DAISY(1989) - FILME
Vencedor de três Oscar de 1990(Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Maquiagem), “Conduzindo Miss Daisy” – Driving Miss Daisy, no título original, navega em temas de amizade, do início das mudanças sociais nos EUA e da quebra de barreiras sociais, culturas e étnicas. O longa é simples, suave e delicado; o gênero alterna-se em uma leve comédia e em um drama. A narrativa inicia nos anos 50, em Atlanta, Georgia, e se desenvolve por pouco mais de 20 anos com os dois personagens principais – Miss Daisy (Jessica Tandy) e Hoke(Morgan Freeeman). Jessica Tandy é uma rica, viúva, senhora judia que mora sozinha numa casa com o acompanhamento da doméstica Idella(Esther Rolle). Certo dia, ela acidenta o seu carro Cadillac Fleetwood 1955 num quintal de um vizinho. Razão pela qual seu filho Boolie (Dan Aykroyd), presidente de uma tecelagem, decide contratar um motorista particular, Hoke(Morgan Freeman), para a sua mãe. Inicialmente, Miss Daisy rejeita a presença de Hoke para ser o seu motorista e a também de a auxiliar nas tarefas de casa. No entanto, conforme o passar dos anos, os dois começam a apresentar laços de amizade, companheirismo e de respeito. A relação de amizade entre ambos é a história central, tendo o preconceito étnico como pano de fundo. Irascível, intolerante, mas de coração enorme, Miss Daisy denota preocupação com o que os outros pensam dela. Quando ainda hesita em aceitar que precisa de um chofer e resolve caminhar sozinha ao supermercado, muda de ideia ao perceber que os vizinhos veriam que ela não está mais motorizada. Já Hoke é um senhor bem-humorado, prestativo e paciente.
O clássico filme se baseia numa peça teatral de autoria de Alfred Fox Uhry, da mesma Atlanta retratada na peça e no filme. A história da relação entre Miss Daisy e Hoke se baseia numa história real – a de sua bisavó Lena Fox e o chofer Will Coleman. E sob a direção do experiente australiano Bruce Beresford, “Conduzindo Miss Daisy” trata de temas pesados de tom bem leve, e com uma pitada de humor. Além disso, transformações sociais profundas da época dos Estados sulistas americanos são retratadas e tornam-se evidentes em algumas cenas: como quando numa viagem Miss Daisy não permite que Hoke pare para satisfazer as suas necessidades fisiológicas; e na família de Boolie, sua mulher insulta a sua doméstica negra. No geral, o filme é conduzido pelo drama de Miss Daisy, mas se altera em situações cômicas nos diálogos travados entre Daisy e Hoke. Inclusive, fica marcante a atuação da Jessica Tandy no papel de Miss Daisy – ganhadora do Oscar de Melhor Atriz e até então a atriz mais velha a receber o prêmio.
Enfim, o filme conta uma história de estima, solidariedade e amizade acima de qualquer coisa. Nesse embalo vale um ditado do ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln: "A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.". Para aqueles que se interessarem pelo filme, eu o recomendo.