Ladrão de Sonhos - (La Cité des Enfants Perdus)
Do mesmo pessoal responsável por "Delicatessen" (lançamento mundial - 1991) e "O Fabuloso destino de Amélie Poulain" (lançamento no Brasil - 2002), esse filme traz tantas metáforas e tão estranhamente construídas que se prestam a várias interpretações, todas cabíveis, coerentes e convincentes, seja lá quem for o comentarista.
Em seu roteiro conta com personagens que nem sempre você encontra em qualquer esquina, ou melhor dizendo, em qualquer sala de cinema (e, se já encontrou, nunca dessa forma), tais como um cérebro sem corpo com sobrinhos ingênuos e bons contadores de histórias, um adestrador de pulgas (e suas pulgas maravilhosas), uma musa protetora, dois cientistas geniais e problemáticos, irmãs gêmeas que fazem tudo juntas, crianças precocemente amadurecidas, um fortão de feira, um bebê comilão, dezenas de Papais Noéis e religiosos fanáticos.
Sem falar dos animais, além das pulgas adestradas veremos ratinhos, cães, gaivotas famintas, peixes, moscas...
No enredo temos, é claro, os sonhos do título mais também pesadelos, alucinações e uma cena de dança como você nunca viu...
Não acabou, não: roubos, perseguições, assassinatos, sequestros, explosões, nuvens verdes, máquinas estranhas, escafandros, soluções mirabolantes, camisas desfiadas, bolo de aniversário, enxaquecas, mensagens secretas, ciúme, desespero, amor, cumplicidade, solidariedade, remorso, vingança, choro, riso, gargalhadas, dores, vícios, e, no final...
Bem, no final, eu reprisei. É o meu filme preferido, para além de gêneros, sub gêneros ou quaisquer outras considerações.
Ladrão de Sonhos - (La Cité des Enfants Perdus), estreia mundial 1995
Direção Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet, Marc Caro, Gilles Adrien, Guillaume Laurant
Elenco: Ron Perlman, Judith Vittet, Raphaèlle Bouchart, Nane Germont, Elisabeth Etienne, Daniel Emilfork, Dominique Pinon, Jean-Claude Dreyfus, Mireille Mossé, Odille Mallet, Geneviève Brunet, Jean-Louis Trintignant