X-Men Apocalipse: que diabos fizeram com a nova franquia dos mutantes?
“O terceiro sempre é o pior”. Essa tentativa de fazer uma metalinguagem como fundo cômico em uma cena deslocada talvez seja a única verdade do filme, que é um total desastre. O longa que encerra a até então boa franquia sobre a origem dos mutantes não é somente o pior dos seis filmes sobre a equipe (levando em consideração a primeira trilogia), como também um dos piores do gênero.
É que nada dá liga. É o entretenimento barato pelo entretenimento barato mesmo. O roteiro fraco e previsível não consegue trabalhar o potencial dos personagens, que em sua maioria entram e saem da trama sem uma contextualização decente, tampouco cativar o espectador diante um vilão patético, inexpressivo e totalmente sem propósito. Nos tempos atuais, vilania por vilania é burrice e só denuncia uma equipe de roteiristas preguiçosos. Os (d)efeitos visuais são artificiais e amadores, o texto é paupérrimo, edição confusa, fantasias que mais parecem alegorias carnavalescas. Ao menos a trilha sonora e a primeira sequência no mundo antigo conseguem salvar algo.
Se existe alguma dignidade no filme, isso se deve ao bem narrado arco que envolve o Magneto (Michael Fassbender), além da participação sempre interessante do Professor X (James McAvoy) e da surpresa que foi o Noturno (único alívio cômico não forçado). Graças a eles que não se tem a impressão de estar assistindo a qualquer produção de alto orçamento dos Power Rangers. Novamente uma franquia dos mutanas se encerra de maneira desastrosa, agregando pouco valor a tudo que fora construído e requerendo urgentemente novos ares – e uma nova equipe de responsáveis técnicos, a começar pelo diretor Bryan Singer, que parece não largar o osso. Esquecível, o que é muito lamentável para a grandiosidade que foi “Primeira Classe” (2011) e do bom desempenho, inclusive comercial, de "Dias de um Futuro Esquecido" (2014).
Nota: 4,0.