Resenha do filme: A cor do paraíso.
Por : Débora Nascimento -Itabuna -Ba Graduada em Pedagogia pela Unime -BA .
O filme A Cor do Paraíso de 1999 tem a Direção: Majid Majidi que além de ser produtor é roteirista e seus trabalhos são reconhecidos internacionalmente, ele foi indicado ao prêmio da Academia para melhor filme em língua estrangeira, com o filme Filhos do Paraíso de 1998. Entretanto o filme a Cor do Paraíso possui em seu elenco os seguintes atores : Elham Sharifi, Farahnaz Safari, Hossein Mahjoob, Mohsen Ramezani, Salime Feizi . O seu gênero é classificado como: Drama de origem Iraniana com duração de aproximadamente 87 minutos. A história desvelada neste filme conta o drama de um garoto com deficiência visual cheio de sensibilidade em sua essência , mas que sofre com a indiferença de seu próprio pai e de outros. Porém essa criança de nome Mohamed vivia em uma Escola em Teerã que atendia somente cegos, mas seu pai não possuía a mesma sensibilidade que ele e alegou não ter mais condições de mantê-lo nesta escola, sendo assim o leva para viver no vilarejo onde as irmãs e avó paterna dele residia. Neste ambiente acolhedor e naturalista sua avó nutria grande amor por seu neto que gostava muito de estudar, então ela permitia contra a vontade do seu filho a ida de Mohamed a escola comum, revelando nas aulas e na chegada em casa seu contentamento e demonstrava assim suas habilidades como, por exemplo, fazia a leitura em braile dos mesmos textos que os demais alunos que não tinham deficiência seus amigos o acolhiam e ficavam surpresos com a capacidade do garoto , até mesmo seu professor parecia desconhecer o braile . O referido drama é envolto em uma cultura totalmente supersticiosa que faz identificar a insensibilidade do pai de Mohamed no trato com o filho, pois ele acreditava que o menino deveria ficar longe de sua família por ser cego e acrescentar a sua falta de sorte, ele era um pai preocupado com seus interesses próprios, queria casar-se novamente e aplicava suas economias como dote ao pai da sonhada noiva, que posteriormente vem a desfarzer- se do casamento por contabilizar as perdas que o pai do menino teve após a morte da sua esposa, do seu pai e depois de sua mãe, ou seja, sua cultura considerava situações normais do ciclo da vida e a possibilidade de um filho ter determinada deficiência como mau agouro, castigo ou falta de sorte. Porém antes da morte da avó de Mohamed ele o havia levado para morar com um marceneiro também deficiente que poderia ensiná-lo as artes da marcenaria.Sobretudo este homem percebe a sensibilidade do garoto e ouvi as suas angustias por perceber a indiferença do pai e o afastamento dele com sua família passando a achar que ninguém o amava. Em conseguinte ao seu desabafo e certeza de que um dia poderia tocar Alá com os dedos, seu pai resolve levá-lo embora quando ele cai em um rio e depois é achado por seu pai que em uma atitude desesperada tenta salva-lo, entretanto não conseguiu. E o filme termina com o canto dos pássaros e uma luz que ilumina a mão de Mohamed fazendo – nos inferir que o garoto cheio de sonhos mudara de endereço e foi ser feliz no paraíso . O filme é incrivelmente pertinente e reflexivo e nos traz a consciência de que necessitamos enxergar a vida além dos olhos, precisamos tão somente saber tocar o outro com nosso modo único de ser, nos aceitar como somos e simplesmente viver sabendo que além da vida existe um paraíso basta somente crermos. Em sua trajetória o referido filme vem a demonstrar a veracidade do processo histórico da inclusão o que predominava era a perseguição e encarceramento dos deficientes, os maus tratos, a visão preconceituosa pela existência de crenças espíritas e de bruxarias onde as crianças eram vistas como sub-humanas, existia até mesmo o sacrifício destas crianças, ou seja, outrora houvera a exclusão, segregação para depois haver a inclusão mesmo que por poucos momentos. Sabemos que Mohamed não chegou a ser encarcerado ou sacrificado mas vivia estigmatizado por uma cultura supersticiosa que contribuiu para sua passagem curta no mundo.A situação de segregação era visível , integração também foi vista no drama quando ele fora integrado com alunos não deficientes , sendo que o que não houve foi uma precípua inclusão a começar do seu lar o que ficou para devida e possível concretização foi o rompimento de conceitos e medos culturais e mais sensibilidade e capacidade de se colocar no lugar do outro.Contudo sabemos que para a efetivação de uma sociedade inclusiva que acolhe todas as pessoas sem exceção se dá pela educação. “[...] Inclusão é estar com, é interagir com o outro’’. (MANTOAN, 1998). Pois o sucesso escolar vem a contribuir para valorizar o indivíduo possibilitando maior auto-estima, colaborando para inclusão e aceitação na sociedade. Para que haja esta educação faz-se necessário que os profissionais sejam preparados e tenham subsídios técnicos para que auxiliem seus educandos com necessidades especiais de forma qualificada.Destarte recomendamos aos educadores veteranos e aos futuros educadores, e a todos os estudantes a apreciação deste filme e também a todos que se interessam pela educação, para que este reforce que a educação tem poder transformador e no que se refere a educação inclusiva e integradora que deveria ter acolhido o garoto Mohamed fica a chance de reflexão e ação, onde concordamos com o esclarecimento de Sassaki ,1999, [... ] Quando alunos com os mais diferentes estilos de aprendizagem e tipos de inteligência estudam juntos na mesma classe, todos eles se beneficiam [...].