Os Oito Odiados - Análise SEM SPOILER
O Oitavo filme de Quentin Tarantino. É assim que começa, com apenas esse nome já sabemos que vem coisa boa por ai, afinal qual filme do Tarantino não é? Você pode até se pegar pensando... Ah Jackie Brown não é bom, ou então À Prova de Morte também não, porém se analisarmos esses filmes “não bons” são melhores que “bons” filmes de outros diretores.
Os Oito Odiados não poderia ter um título melhor (ainda bem que traduziram ao pé da letra), pois a metalinguagem já começa nele Os Oito Odiados e Oitavo filme do diretor, que após Jackie Brown adora se auto-referenciar esse não poderia ser diferente, então podem se preparar para várias referências a Bastardos Inglórios, Django Livre, Cães de Aluguel, etc.
A película começa com várias imagens do cenário, a trilha sonora grave ao fundo que torna tudo bonito e assustadoramente desolador. O enredo se passa alguns anos após a Guerra Civil dos Estados Unidos e O Enforcador está levando uma criminosa (Daisy) para ser executada em Red Rock só que no meio do caminho encontra outro caçador de recompensas chamado Marquis Warren e o futuro cherife, da cidade, Mannix, com mais empecilhos no caminho eles acabam tendo que parar em uma cabana com mais algumas pessoas.
Os primeiros oitenta minutos de filme são a construção de todos os personagens da trama, são bastante, como todos são complexos e tem um passado tudo tem que ser feito nos mínimos detalhes, Quentin consegue isso de uma forma brilhante sem precisar recorrer a flashbacks, tudo é feito com diálogos em que os feitos de cada um são contados e questionados, mas não se engane deve-se desconfiar de tudo que é dito em tela, até mesmo do narrador.
Por falar em narrador, após esses oitenta minutos de apresentação é que o narrador aparece pela primeira vez (o próprio Tarantino) após isso a chuva de sangue começa a jorrar e pode acreditar que Os Oito Odiados é o filme mais violento dele e o mais impressionante é como consegue manter vários personagens em um mesmo ambiente hostil com uma naturalidade surreal, as atuações precisas junto com a direção inteligente faz com que todos os personagens ganhem destaque em algum momento da trama fazendo o espectador ficar com uma sensação de que algo está para explodir... Realmente Explode, óbvio não posso deixar de citar as reviravoltas na trama, uma dica: Não pisque o olho para não perder nenhuma.
Por fim se analisarmos mais a fundo veremos uma crítica social muito forte aos Estados Unidos, não podemos apenas assistir o filme achando que é literalmente uma cabana temos que ver o que representa, no caso os EUA, todos dentro dela são arquétipos: Temos um negro, uma mulher, um mexicano, um cara da lei, um pobre... etc. Todos esses tem seus momentos de brilhar e cutucar a forma que as minorias são tratadas um exemplo é a placa de “Não entra cachorros e Mexicanos no estabelecimento”. Ou seja, temos um horror e faroeste com uma crítica social incluindo racismo, machismo, imigração... Resumindo: Tarantino é um gênio.