(é recomendáve ler antes a resenha do episódio 13, publicada em 24/12/2015: Akane prossegue a caçada, para melhor entender a evolução da trama)

PSYCHO PASS 14: ASSASSINATOS À LUZ DO DIA
Miguel Carqueija


A cidade é abalada por uma onda de crimes sem precedentes, bárbaros assassinatos e atos de vandalismo praticados por indivíduos portadores de máscaras metálicas que ocultam integralmente as feições. Uma mulher é selvagemente trucidada em plena rua, a golpes de macete, por um desses mascarados, diante do olhar impassível dos transeuntes e sem que os drones movam um parafuso para socorrê-la, isso porque os sensores não indicam, no indivíduo mascarado, qualquer subida de seu coeficiente criminal.
Por trás dos mascarados está Makishima Shougo. Já se sabe que o terrível assassino não quer apenas matar por matar, por trás de tudo estão suas motivações, de certa forma idealistas, porém de um idealismo distorcido: Makishima, imune à leitura do Sistema Sybila, reconhece a insanidade daquela distopia que se apossou do Japão, e que criou um mundo perfeito em teoria, onde os cidadãos, em troca de um grande senso de segurança – já que os drones e sensores identificam qualquer tendência criminal e os criminosos em potencial são previamente identificados – aceitaram, quiçá sem dar conta, a perda da liberdade, pois passam a vida vigiados pelo sistema e preocupados em manter a sua matiz (espectro cerebral) limpa. E Makishima pretende desestabilizar o Sistema Sybila para que o povo recupere sua liberdade. Mas, com seus métodos que incluem matanças com requintes de crueldade, e de pessoas inocentes, Makishima é, na verdade, pior do que o sistema ditatorial que ele combate.


Resenha do episódio 14 do animê “Psycho Pass”, produzido por Koji Yamamoto e outros, e dirigido por Katsuyuki Motohiro – Production I.G., Japão, 2012-2013.


“Métodos para lidar com crimes assim... não mais existem nesta cidade.”
(Tsunemori Akane)


“Antigamente era óbvio as pessoas trancarem a porta da frente, pois duvidar das pessoas era a base da manutenção da ordem.”
(Tonomi Ginoza)

Todas as pessoas que estavam ali... por acaso são espantalhos?”
(idem)

“Ver um pessoa morrer diante de seus olhos... isso é algo que eles sequer poderiam imaginar.”
(Tsunemori Akane)

Todos foram enganados pelo Sybil a ponto de não reconhecerem o perigo frente a frente.”
(Makishima Shougo)

O assassino serial Makishima Shougo, em sua luta contra o Sistema Sybila (no qual as pessoas são controladas pela avaliação cibernética de suas mentes, com pardais e drones espalhados por toda parte munidos de sensores que lêem as inclinações criminosas), obteve de alguma forma capacetes metálicos que permitem assassinar sem ter o coeficiente criminal detectado. Ele mune vários psicopatas com tais capacetes (que ele próprio não necessita por ser imune à leitura criminal) e os mesmos saem às ruas espalhando o terror (uma característica dessa era é que indivíduos com tendência ao crime acabam evitando sair à rua para não serem identificados como criminosos potenciais). O verdadeiro horror é que uma IA (inteligência artificial), como um drone, por ter conecção com o Sistema Sybila, se não puder ler um CC elevado não identifica uma ação como crime, mesmo que esteja vendo uma mulher ser massacrada no meio da rua. Afinal, apesar do nome pomposo, uma “inteligência artificial” não passa de uma máquina sem alma, sem vida, incapaz de discernir o que não estiver na sua programação.
Apesar do dano infligido à ordem, e dos homicídios brutais ocorridos, os maus continuam sofrendo baixas: um dos assassinos é morto por Kogami, justiceiro da equipe de Ginoza e que trabalha mais com a Inspetora Akane, e outros três, por terem se rebelado contra Makishima, são eliminados pelo próprio “serial killer”. Mas a situação ainda vai piorar, pois embora, desde o início da onda de crimes, diversos psicopatas tenham sido mortos (alguns pelo próprio Makishima, quando deixam de lhe ser úteis) e outros confinados, o mentor de tudo continua à solta. Makishima Shougo é um super-criminoso e detê-lo será uma prova de fogo para a equipe do Inspetor Ginoza.