The Imitation Game, uma apreciação

Acabo de assistir a um filme - The Imitation Game, O Jogo da Imitação -, filme britânico que conta a biografia de um gênio, Alan Turing, considerado o pai da computação. A verdade é que nunca ouvira falar neste nome, portanto fiz alguma consulta. É fato que a arte cinematográfica tem o poder de divulgar boas ideias e grandes nomes.

E Alan Turing é um grande nome por representar, possivelmente, quem primeiro pensou em uma máquina inteligente, num protótipo de computador universal, e muito contribuiu para toda essa tecnologia atual.

Produzido em 2014, o filme tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e nos apresenta um jovem matemático, brilhante, que lidera uma equipe cujo objetivo é decifrar o funcionamento do Enigma, uma maquina alemã que enviava mensagens criptografadas. Esse feito – a descoberta do Enigma - permitiu abreviar a Segunda Guerra em anos e salvar milhares de vidas.

A trama passeia por três fases da vida de Turing, a adolescência e descoberta da homossexualidade; as aflições do homem adulto, com dificuldades de sociabilidade e obcecado por seu trabalho; e os dias de sua condenação, preso por ter descoberta a sua homossexualidade, o que era crime na Inglaterra, à época, e obrigado a tomar remédios (castração química por injeção de estrogênio).

O filme recebeu diversas críticas, algumas se referem ao uso de clichês e frases de efeito. Às imprecisões, de acordo com o britânico Andrew Hodges (reportagem da Folha de São Paulo, 06/01), autor do livro, Alan Turing – The Enigma, no qual foi baseado o filme, há um vínculo entre a sexualidade de Turing e suas conquistas científicas, isso me parece um tanto invasivo, mera especulação. Outras comentam que há bastante monotonia e divagação e que os acontecimentos se deram de forma muito lenta.

Pessoalmente, amei o filme - para mim, cheio de poesia e filosofia. Primeiro, por me possibilitar conhecer a vida desse matemático; depois, por se tratar de um drama, a história de um homem, de mente brilhante, que aprende a fortalecer os laços afetivos, um homem que não sabe dizer, através das palavras, o que sente, mas o faz pelo seu comportamento. Um homem atormentado por ser obrigado a guardar em segredo a sua condição sexual e por ela se afastar das pessoas, embora as amando.

A história de vida desse matemático é maravilhosa, assim como a história de John Nash, um matemático, norte-americano, brilhante, que lutou contra a esquizofrenia e teve sua vida retratada em ‘Uma mente brilhante’, filme de 2001; e Stephen Hawking, físico britânico, um dos mais consagrados cientistas da atualidade, portador de esclerose lateral amiotrófica, que também tem retratada sua vida em ‘A teoria de tudo’, filme recém lançado no Brasil.

São histórias que nos fazem pensar sobre a vida e buscar as respostas. As possíveis respostas, talvez, estejam criptografadas, oxalá, nas entrelinhas. Nesse quesito a arte cumpre fielmente seu papel.

RosalvaMaria
Enviado por RosalvaMaria em 28/03/2015
Reeditado em 25/04/2015
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