Exodo: Deuses e Reis
Acabei de ver o filme. Não sei se alguém hoje contaria essa estória melhor que o Ridley Scott, apesar de gostar dele ainda mais nas ficções científicas. O filme não tem o mesmo carisma de “Os Dez Mandamentos”. O Cecil B. DeMille é um deus mitológico do reino de Hollywood (também dirigiu o clássico “Ben-Hur”). Sem contar que naquelas ocasiões nós não tínhamos nenhuma referência, por isso o Scott leva certa desvantagem. As grandes diferenças que percebi foi que na nova versão existe uma visão mais militarizada enquanto a anterior me pareceu mais religiosa. Como exemplo de ambiguidade de crenças senti que este não deixa claro o Deus do anterior, podendo ensejar que os eventos possam ter sido causados cientificamente: por quem, parece ficar a critério de quem o vê. Na fotografia, o que me chamou a atenção foi a incidência de céus nublados. Sabe-se que os óculos 3D deixam a tela mais escura, porém me refiro ao clima. Somente em algumas tomadas externas no pátio do palácio e nos 09 anos da vida do Moisés com os pastores o céu é aberto (mas tem uma tempestade). Os efeitos especiais, carros chefes, das duas produções, são mais pragmáticos e realistas, claro, devido aos recursos de hoje. Vale à pena as quase 3 horas para vê-lo. A direção é ágil, o cenário não engole as interpretações e a cenografia não peca. Mas que dá saudade de Charlton Heston e do Yul Brynner, isso dá. O novo Ramsés parece o vocalista de REM.