Um Dia, Um Gato
Em 63, no Festival de Cannes, foi premiado um filme genial chamado “Um Dia, Um Gato” (Az prijde kocour), que foi feito na antiga Tchecoslováquia. Quem ama cinema e é dessa época, certamente já assistiu. É uma linda alegoria poética, onde o personagem principal é um gato que usa óculos. Aparentemente ele os usa para se proteger contra o que vê a sua volta, uma vez que, quando ele os tira, as pessoas mudam de cor. Mas não é nada aleatório. Homens e mulheres ficam coloridos de acordo com seu caráter. Os ladrões ficam cinzas, os mentirosos ficam roxos, os falsos mudam para amarelo e os apaixonados ficam vermelhos. O filme todo é de uma suavidade poética vista raras vezes no cinema. Certamente foi feito com uma fração do que é normalmente gasto em grandes produções, mesmo para aquela época. Uma obra que, se vista hoje, não perde um milésimo da força artística que tem.
Fico imaginando esse gato na vida real nesse mundo de hoje e, principalmente, no Brasil. Se lhe tirassem os óculos de repente, teríamos um mundo extremamente colorido. Infelizmente, os tons mais comuns seriam o cinza, o roxo e o amarelo...
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