Contos Proibidos do Marquês de Sade - dirigido porPhilip Kaufman
Quills (no Brasil: Contos proibidos do Marquês de Sade – em Portugal:Quills - As penas do desejo) é um filme de 2000 produzido pelos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, dos gêneros drama e terror, dirigido por Philip Kaufman.
“Contos Proibidos de Marquês de Sade tem como objetivo discutir de forma cômica e chocante temas como liberdade de expressão, fenômenos perversos e censura, entre outros assuntos que levantam polêmica na época em que o filme é ambientado. Para tanto o diretor utiliza o exemplo de Sade, um polêmico escritor pornográfico da época. Por esse motivo foi preso algumas vezes. Seus escritos eróticos escandalizavam a sociedade francesa da época.
O filme retrata a reclusão de Sade no Manicômio de Charenton, onde passou o resto de seus dias. Sade tinha alguns privilégios, dentre eles um quarto digno de Marquês, e licença para escrever suas obras, como forma de canalizar seus impulsos sexuais e violentos.
Entretanto Sade conseguiu colaboradores para publicar suas histórias, o que causou tremendo furor entre os leitores que se imaginavam em tais cenas, bem como nos moralistas que não aceitavam tais escritos.
Por conta de seus escritos, Sade foi perdendo seus direitos. Tiraram-lhe as penas que escrevia, então ele usou a tinta do vinho, e tiraram-lhe o vinho. Restou utilizar seu próprio sangue, chegando até mesmo aos excrementos. O Interessante que a escrita que o mantinha vivo, foi a mesma que o levou a morte.”
Qualquer palavra que eu usar não conseguirá expressar a minha admiração por esse filme e por esse homem. Na realidade a palavra que faz jus a esse filme é obra-prima. Roteiro impecável. É primoroso em todos os quesitos. É chocante, sensual, poético, subversivo, irreverente, provocativo... É uma loucura. As palavras saem da boca do Marquês como um ode a luxúria e ao amor. Ele consegue ser erótico sem ser vulgar. Incita em ti a paixão pela poesia e te deixa embriagado de lascívia. Ele diz em seus contos o que os hipócritas gostariam de dizer e não dizem. A paixão desse homem pela literatura é uma coisa impressionante. A ousadia dele ultrapassa todos os limites ditados pela pretensa normalidade. Ele usa de todos os artifícios imagináveis e não imagináveis para se expressar, em contrapartida a repressão religiosa usa de todas as maldades possíveis para tentar cala-lo. Em vão. As palavras ousadas e poéticas dele tremulam até hoje nas páginas que somente os gênios merecem.
(Édna Frigato)