Um estranho no ninho - dirigido por Milos Forman
A performance de Jack Nicholson em "Um Estranho no Ninho" é simplesmente perfeita. Tentando fugir do insuportável tédio e letargia da prisão MacMurphy cai na terrível armadilha da liberdade, ao fingir-se louco e internar-se em um sanatório: os loucos podem tudo. Os loucos não podem tudo, pois também estão inseridos em uma ordem vigente – a do sanatório. A expressividade facial e corporal de Nicholson é brilhante, com seu carisma incontestável, salpicado de humor negro, ele torna-se ídolo, amigo, exemplo e consequentemente problema para a direção do sanatório. A mão leve do diretor cria uma micro atmosfera carregada de emoção e passeia com uma ironia extraordinária entre a o drama e a comédia sem “desafinar”. O filme vai muito além do que se vê. Louco? Depende da perspectiva que você olha. A nossa sociedade não está preparada para lidar com pessoas de espírito livre, que não se ajustam aos padrões estabelecidos... Nas palavras de MacMurphy : “Trata-se de um espírito livre, em um sistema fechado”.
(Edna Frigato)