Resenha: A Menina Que Roubava Livros
Antes de começar, devo esclarecer que não terminei a leitura do livro, não por ele não ter me impressionado, mas devido à outros motivos que me impediram de acabá-lo antes de assistir à adaptação que, por um lado, me ofereceu uma ótima continuação da obra. O filme é uma verdadeira personificação dos escritos de Marcus Zusak, percebe-se a presença fiel do livro em boa parte das falas dos personagens, o que inclui expressões alemãs, tal como: Saukerl. O ambiente é elaborado, quase sempre limitado aos arredores da Rua Paraíso, exceto pela casa do Major Hermann, ponto de boa parte dos “furtos” de Liesel. Um detalhe digno de nota foi a seleção do elenco. A escolha da atriz Sophie Nélisse para o papel principal caiu como uma luva, assim como os de Max (Ben Schnetzer), Rosa (Emily Watson) e Hans Hubermann (Geoffrey Rush). A produção de Brian Percival conseguiu retratar muito bem a realidade de Liesel Meminger, narrada pela morte e compreendida num período histórico conflituoso e sofrido. O enredo mostra o dia-a-dia da personagem como o de cada alemão submetido ao Nazismo, há muitos situações de riscos, como bombardeios, na rua onde Liesel teria sido mandada pela mãe comunista, aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann. Ela cria, desde então, muitos vínculos, dentre os quais destacam-se seu pai adotivo e Max, um judeu acolhido nos porões de sua casa com quem a menina aparentemente se identifica. Os roubos de livros não seriam em si o grande forte da história, como talvez sugira o título, mas sim um meio de superar as dificuldades enfrentados pela protagonista e os que com ela viviam, vez que ela os roubava e os lia para Max, que por vezes demonstrou correr risco de vida. Apesar de não ser a obra original, a adaptação está visivelmente decidida à encantar e emocionar o público mais uma vez.