Como uma estrela na terra....

Como uma estrela na terra, toda criança é especial.

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.” (Paulo Freire)

O filme retrata a história de um menino que tinha dificuldades de aprendizagem, entretanto seus pais, amigos e professores o achavam que ele não tinha como melhorar; nem mesmo o diretor da escola acreditava numa possibilidade de mudança na aprendizagem do garoto.

É necessário entender que o professor precisa ter um olhar sensível quanto à aprendizagem de seus alunos; pois quando o fator emocional está com problemas, certamente não acontece a aprendizagem. Há também os problemas orgânicos. O aluno do filme em questão tinha dislexia e foi através de um olhar individual e sensível é que foi possível modificar as estruturas de ensino-aprendizagem.

O educador precisa olhar um pouco mais para realidade de seus alunos, dentro de uma forma geral (analisando o grupo) e individual (observando as formas de aprendizagem e dificuldades de cada um) para que assim a aprendizagem possa tornar-se prazerosa e eficaz. No filme citado, há a disposição do professor em querer auxiliar seu aluno, pois para ele o problema não lhe era desconhecido, pois o mesmo teve dislexia durante a infância.

É importante ressaltar que é de suma importância que a metodologia usada pelo professor faz toda diferença para o aluno, principalmente para os que possuem dificuldades de aprendizagem. A maneira mais eficaz para se trabalhar á aprendizagem com crianças é a forma lúdica, pois é brincando que se aprende, pois inconscientemente o aprender ficará gravado de uma forma mais tranquila e interessante.

Durante as intervenções do professor no filme em que estamos analisando, ele usou várias metodologias diferenciadas para que seu aluno pudesse entender que a aprendizagem não é algo que deveria sufocá-lo, mas que pode ser algo divertido. Ele utilizou-se de vários métodos lúdicos para que o aluno pudesse compreender as letras, as regras de matemática e a ter autonomia e acreditar mais em si mesmo, pois é função do professor ser mediador rumo à aprendizagem de seu aluno, fazendo com que ele seja autor de sua própria história, tenha autoestima e saiba como lidar em cada situação escolar e pessoal ainda que possa atravessar dificuldades.

Uma das tarefas mais complicadas em lidar com as dificuldades de aprendizagem do aluno é conscientizar os pais de que seu filho preciso de uma atenção mais específica e de uma forma diferenciada de estudos. Existem diversos tipos de problemas de aprendizagem, como a dislexia, distúrbios de aprendizagem, problemas emocionais, familiares, etc. Cabe a família e a escola trabalharem juntas para que o aluno possa se sentir encorajado a entender suas dificuldades e a lidar com ela de uma forma natural, acreditando que há soluções e que ele precisa confiar em seu próprio potencial. Os pais precisam compreender que é trabalhando e interagindo com a escola é que os possíveis problemas em relação às dificuldades do aluno possam ser sanados.

Paulo Freire dizia: “A gente sempre erra. Somos seres inacabados. Há sempre novos erros a cometer, novas lições a aprender”. Partindo então deste pressuposto, cabe a nós quanto educadores acreditarmos que estamos sempre a aprender, a nos renovar, a modificar nossas metodologias e formas de olhar para o outro. Aprender a lidar com o erro de uma maneira mais objetiva e sem julgamentos, precisamos ser mais sensíveis, pois todos querem aprender, mas cada um tem o seu tempo e a sua maneira de interagir com a aprendizagem.


               Um educador de qualidade está sempre olhando para dentro de si mesmo e se autoanalisando constantemente e verificando novas maneiras de ensino-aprendizagem, conseguindo compreender que não há uma verdade plena, acabada. A verdade pode ser sempre alterada e a maneira de ensino também. O educador não é aquele que trás o saber pronto e o entrega a seu educando, sua função é apenas mostrar as armas e ser mediador rumo a autonomia, ora sendo aprendente ora ensinante e isso é algo contínuo e constante por toda a vida do professor e do aluno que um dia será ensinante de uma outra pessoa e assim seguirá sua vida com sua própria autonomia e história de vida.
PATRICIA PESSOA
Enviado por PATRICIA PESSOA em 20/10/2013
Reeditado em 20/10/2013
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