BONEQUINHA DE LUXO
“Moon river wider than a mile - I'm crossing you in style someday”. Oh, Deus, eu amo Audrey Hepburn. E neste maravilhoso filme ela está no auge da beleza, contracenando com George Peppard e sob a batuta do mestre Blake Edwards. Somente esta trinca já faria, por si só, qualquer filme ser um sucesso. Mas ainda tem o roteiro baseado no romance de Truman Capote.
Audrey é Holly, ou Laura, ou ninguém, sei lá. Ela é uma garota de programa de Nova Iorque que sonha em casar-se com um milionário, Amante de um mafioso que está preso, de quem recebe o sustento, ela se interessa por um vizinho, um escritor de meia-tigela, também sustentado por uma mulher.
Cenas inesquecíveis: a festa de arromba na casa de Holly, que acaba quando chega a polícia, o passeio de Holly e Paul pela Tiffany’s, quando eles resolvem roubar algumas coisinhas por diversão. E, é claro, o gran finale, cheio de lágrimas, sob uma forte chuva, quando estes dois perdedores apaixonados finalmente têm que resolver sobre o futuro do seu amor.
E a canção de Henry Mancini, que nos é apresentada por Holly cantando-a com o violão na janela do hotel onde mora. Nós a vemos junto com Paul e, claro, com ele nos apaixonamos instantaneamente por ela.
O lado carne e osso desta boneca transparece em algumas figuras do seu passado misterioso. Uma delas surge de repente, no meio do filme. Um senhor de meia-idade, que depois descobrimos ser o ex-marido de Holly, ainda loucamente apaixonado, querendo-a levá-la de volta para casa. E o desespero da moça quando ela descobre que o amado irmão morrera em um acidente.
Blake Edwards era um diretor classudo, que combinavs com atrizes glamurosas como Audrey Hepburn e Julie Andrews,esta com quem foi casado até a morte, em 2010. Por isso o filme é elegante em todos os momentos, sem diálogos desnecessários e sem nunca descambar para óbvio.
Uma das situações curiosas do filme ocorre quando Holly tem um caso com um milionário brasileiro, e começa a estudar português para se mudar para o Rio e ter “nove filhos”. Ela, que se acostumara a ir para a cama com “canalhas e supercanalhas”, descobre, por fim, que nosso conterrâneo José da Silva Pereira, excessivamente cauteloso, era apenas um “camundongo medroso”. E cá entre nós: não existe, na elite brazuca, um só homem que merecesse uma mulher como Audrey Hepburn.
Enviado por Jimii em 23/03/2009