À Procura da Felicidade

Críticas sobre o À Procura da Felicidade, na integra, existem em diversos sites, mas o que eu quero é concentrar no motivador dele; o belo sentimento que encorpa o título (que prefiro não dizê-lo daqui para frente. Dá-lo-emos de Sentimento-Bom; coisa de escritor). Mas se trata da trajetória angustiante de Chris Gardner, um norte americano que teve grandes dificuldades financeiras antes de se tornar um notável corretor de imóveis. Onde ele recebeu uma serie de tapas da vida. Mas sua perseverança, de certo modo, foi intrépida. Ele caminhou firme rumo ao que acreditava (mesmo que ele não sabendo, até certo ponto, a precisão desse foco).

Há momentos em que nós temos um Sentimento-Bom em nossas mãos, um grande sentimento. Mas, nós desejamos outro Sentimento-Bom; aquele existente segundo nosso desejo particular. Como nós somos seres de sentidos multifacetados, temos várias formas de sermos bem-aventurados e/ou desventurados. Chris Gardner era um sujeito feliz pelo adorável exercício de ser pai; fornecia um amor perfeito e convicto ao seu filho; da forma mais ampla e densa que lhe cabia oferecer. E esse Sentimento-Bom emanado de seu filho é que o alimentava e dava suporte para aquelas enxurradas de momentos difíceis.

Esse Sentimento-Bom é a consequência positiva das buscas que nós fazemos de nossas ambições. E quanto mais arriscados é natureza dessas buscas existe o aumento da possibilidade de decepções. Cada busca faz parte de um gênero e, respectivamente, um caminho a ser cursado. Muitas pessoas são otimistas ao percorrer esse(s) caminho(s), algo que deixa, aparentemente, o fado mais leve para a não desistência. E no momento do Não-Sentimento-Bom há uma peculiar aparição, meio espectral suave e brilhante, do bom humor. Mesmo que na mais contraditória realidade, lá se tem um belo sorriso branco e largo. Pois, isso é uma qualidade dos otimistas; saber ser insistente naquilo que acredita, construindo tijolo por tijolo ao acréscimo de um futuro promissor. É assim que eu vejo Chris Gardner nessa adaptação cinematográfica.

O problema da busca desse Sentimento-Bom é que as coisas não dependem somente do sujeito ao seu objeto desejado. Somos células inseridas no mundo onde cada ação dessas células tem o poder involuntário que interfere: umas serão o nosso degrau para ascensão e outras serão bigornas, quiçá, correntes no intuito de nos manter presos. Mas em que mundo isso seria fácil? Sentimentos-Bons possuem satisfações rasas com objetos desejados sempre ao alcance de nossas mãos. E mesmo quando há Sentimentos-Bons em posses temos que lutar por eles todos os dias. Mas tudo depende da atitude de cada individuo; ser displicente ou proativo fazem diferenças nesse jogo do acaso.

Mas a cada momento em que o Não-Sentimento-Bom se impunha presencialmente, mesmo que amarguíssimo, uma espécie de identidade docente cresce ao flagelado. (algo que é fundamental a vitória). E Chris Gardner encontra um caminho um pouco mais preciso, com o foco um pouco mais ajustado, mas não significa que esse caminho é fácil. Ele terá uma chance em ter um bom emprego em uma agência , entretanto, terá que concorrer com muitos outros candidatos e não será remunerado.

Eis a vantagem de buscar a felicidade ao chegar ao final, onde a felicidade está próxima a ser considerada como sua propriedade, mesmo que ela seja finita, nós lembramos de todo o caminho percorrido, a cada desventura,... E é nessa parte em que esse Sentimento-Bom é chamado de Felicidade. Belíssima palavra! E seu tamanho costuma ser colossal conforme o nível do seu almejo.

Eu, particularmente, não encontrei, de forma textual, uma frase efusiva. Mas eu adorei ao que Chris Gardner pergunta ao seu filho se ele é feliz; com a resposta positiva ele completa: “Porque eu sou feliz! Se você é feliz, eu sou feliz!”. Com um amor gigante como esse, é motivo mais que suficiente para enfrentar a qualquer guerra e ter a certeza de sair vitorioso.