MAX e MARY – Uma amizade diferente
(Mary and Max – Austrália – 2009)
nair lúcia de britto
Dirigido pelo incrível Adam Elliot, o filme conta a história de Max e Mary, dois personagens que, assim como os outros que os cercam, são feitos de argila. O desenho animado tem cores escuras ou pálidas que combinam com a história melancólica, dramática e ao mesmo tempo muito engraçada. Alguns pontos estratégicos pintados em vermelho quebra os tons obscuros.
O tema aborda com leveza problemas psiquiátricos como autismo, síndrome de ásperger, cleptomania, depressão, agorafobia e bulling.
No desenrolar dos acontecimentos que absorvem inteiramente a atenção do espectador, são retratados o estilo de vida de Monte Waverley, na Austrália, onde Mary Daisy Dinkle vive; e Nova Iorque, onde seu amigo mora.
Embora distantes, o que os aproxima são “Os Noblets”, desenho animado, que ambos gostam de assistir na tevê. Daí porque Mary toma a iniciativa de lhe escrever uma carta e os dois começam a se corresponder e trocar confidências; o que dá origem a uma grande amizade.
O narrador da história tem um papel artístico relevante pela beleza da narração e do vocabulário empolgante. A trilha sonora é outro destaque admirável. Além disso, é uma delícia ouvir Que Será Será (Whatever will be, will be), tirada um clássico de cinema, com Dorys Day; canção relembrada acompanhada de uma técnica de imagem excelente.
Apesar do véu de tristeza que envolve a trama, o filme é alegre e aborda temas sérios com bom humor. Ao mesmo tempo, é um convite à reflexão. Criativo, inteligente e elaborado com maestria, é um desenho animado que nenhum adulto pode perder!!!