EU ME CHAMO ELISABETH
(Je M' Appelle Elisabeth -França – 2006
nair lúcia de britto
Adoro filmes produzidos na França. Geralmente, são muito inteligentes, interessantes, sensíveis e absolutamente tranquilos.
Admiro a capacidade inigualável que os franceses têm de transmitir a emoção no jeito de olhar, na expressão do rosto, nos gestos engenhosamente estudados; o idioma elegante, de certa forma, sussurrado; quase que uma carícia aos ouvidos.
Particularmente, nesse filme, Elisabeth (Alba Gaia Kraghede Bellugi) é uma encantadora menina de dez anos, que nos anos de 1940, vive no interior da França com seus pais, uma irmã mais velha e uma empregada praticamente muda.
De repente, sua irmã sai de casa para estudar, deixando-a muito solitária e um tanto triste; pois seus pais, em crise conjugal, estão tão envolvidos em seus dilemas emocionais que quase não prestam atenção na menina.
Ela quer lhes contar o segredo que atormenta sua alma pueril. O quanto precisa de ajuda para resolver o problema crucial que faz seu coraçãozinho sofrer e lhe rouba muitas noites de sono.
Mas a mãe abandona o lar e o pai, um médico psiquiatra, mergulha em profundo sofrimento; por isso fica completamente alheio ao drama da menina; quando ela, afinal, lhe conta que quer adotar um cachorro pelo qual se afeiçoara e que está prestes a ser sacrificado por não ter um dono que o assuma.
Por mais que insistisse em adotar o animal, a resposta do pai é sempre negativa.
E sem conseguir se fazer entender, a menina sente-se cada vez mais triste e mais sozinha. É quando ela conhece um rapaz, adolescente, que fugira justamente do hospital psiquiátrico onde o pai de Elisabeth trabalhava. A garota lhe oferece ajuda, escondendo-o nos fundos de sua casa.
Além do clima de aventura e um certo suspense, o que mais toca, nesse filme, é o desenrolar de uma amizade linda, que nasce entre Elisabeth e o rapaz, durante a breve convivência entre eles, e da forma mais pura e angelical possível!