Fahrenheit, 11 de Setembro

Fahrenheit, 11 de Setembro - trata-se de um filme, que mais parece um documentário na verdade, que aborda uma visão alternativa dos fatos em torno dos atentados terroristas de 11 de Setembro nos Estados Unidos, cujo alvo foi o centro financeiro conhecido como World Trade Center, duas torres gêmeas que representavam o poder econômico americano. Todos sabem a história em volta do atentado, mas não é disso que se trata esse filme. Na verdade, o filme apresenta uma versão dos fatos que mais pode ser considerada como "conspiratória", por alguns fanáticos.

Basicamente o documentário tenta passar a idéia de que a famíia Bush estava envolvida diretamente com o atentado, durante o filme são mostradas várias cenas e alguns relatos que fazem parecer que o presidente norte-americano George W. Bush tinha uma estreita relação com a família Bin Laden, e que inclusive o próprio Bush tinha conhecimento dos atentados, porém nada fez.

Logo de cara o filme inicia mostrando a conturbada eleição para presidência dos Estados Unidos, que representa os direitos humanos de primeira geração, isto é, a liberdade do povo exercer seus próprios direitos, inclusive o de escolher seu próprio representante por meio de votação. Mas não foi bem isso que aconteceu, o documentário - que também podemos chamar de filme, tanto faz - mostra que George Bush não foi o vencedor daquela eleição, e após vários acontecimentos estranhos, George Bush chega à presidência da maior potência mundial, os Estados Unidos, mesmo que para isso, ele tenha simplesmente "pisado" em cima da democracia.

Voltando a "teoria conspiratória" apresentada no filme, um dos pontos que achei importante, trata-se do corte de verbas para a divisão anti-terrorismo do FBI, o que para muitos, parece ter tido uma grande contribuição para o êxito dos terroristas. Seria realmente isso? É essa pergunta que o filme induz as pessoas a fazerem, e quando você se faz essa pergunta, torna-se mais suscetível as "investidas conspiratórias" do diretor Michael Moore.

Também no início, ele faz questão de mostrar o período de férias que o presidente americano tirou bem depois de sua posse, isolado em sua fazenda, enquanto alegava que a segurança do país estava boa e tudo estava como deveria estar. Foi durante essas "férias" que ele tomou conhecimento de um relatório da CIA, que dizia que o terrorista Osama Bin Laden pretendia um ataque aos Estados Unidos e havia muçulmanos infiltrados nos serviços de viação do país, no entanto, tal relatório foi completamente ignorado, com a desculpa de que o título do relatório estava muito vago; era algo como "Osama planeja atacar os Estados Unidos".

Outro fato curioso, é o que aconteceu no dia anterior ao atentado. O Presidente resolveu iniciar uma campanha para aumentar seu índice de aceitação pelo povo americano, e começou a visitar diversas escolas. Foi aí que a cena mais estranha aconteceu, durante a visita a uma escola, bem no dia do atentado - e durante o atentado, o chefe de estado americano recebeu a notícia dos ataques, e chegou perto de Bush para avisá-lo, e o que ele fez? Absolutamente nada. Continuou lendo o livro para as crianças. Uma demonstração de incompetência, talvez? Não cabe à mim decidir, não é todo mundo que saberia reagir em uma situação dessas, porém, seu país sob ataque e o líder da nação continuar lendo um livro infantil?

É por essas e outras que a credibilidade das teorias aumenta, e com muita razão. Com um olhar mais malicioso na coisa, pode-se muito bem concluir que ele já sabia disso e simplesmente deixou acontecer. Inclusive, é também apresentada uma versão dos fatos de que a família Bin Laden tinha interesse no petróleo do Iraque, porém não tinha poder bélico suficiente para isso, e que o governo americano seria "pago" para isso, mas como isso iria acontecer ? Muito simples, após os atentados, o presidente simplesmente declara guerra ao Iraque. Mas o inimigo não estava no Afeganistão? Sim! Mais um ponto para as teorias conspiratórias.

Outro ponto relevante em relação aos direitos humanos, é a violação da terceira geração deste direito.

Uma afronta aos direitos civis e políticos do cidadão americano, uma tática baixa foi usada para o recrutamento de soldados para a guerra. E o que foi isso? Simples, eram montados centros de recrutamento nas regiões mais pobres do país, e o alvo era justamente os jovens pobres de classe baixa, os que não tinham dinheiro para nada, era oferecida comida, moradia e salário, tudo que eles precisavam fazer era "defender a pátria na guerra", muito simples, não?

O governo descaradamente se aproveitou da situação das pessoas pobres e mandou vários adolescentes para a guerra, muitos deles não haviam saído nem da sua cidade natal, e de repente foram mandados para o Iraque, no meio de uma guerra, cheia de morte e destruição. Tudo isso em nome do que? Vingança? Mas o que o Iraque teria a ver com a vingança americana? Osama estava no Afeganistão. É disso que se trata Fahrenheint, uma visão obscura dos fatos, realmente o governo americano teria sido capaz disso? Facilitar um ataque terrorista e ainda por cima violar os direitos de seus cidadãos?

E por falar em violação de direitos, não podemos deixar de citar o "Ato Patriota". O que seria o ato patriota? O ato patriota foi um projeto de lei aprovado logo após o ataque americano, esse ato simplesmente dá ao governo americano total acesso as informação dos cidadãos norte-americanos, mas como funcionaria isso? Com uma reles suspeita de terrorismo, o governo tem total acesso à tudo relacionado a sua vida, quebra de sigilo bancário, telefônico, seus e-mails seriam abertos por todos do governo e você poderia simplesmente ser torturado, tudo isso apenas por uma leve suspeita. Se você fosse muçulmano então, nem se fale.

É por essas e outras que esse filme teve um enorme sucesso nas bilheterias americanas, e as idéias do diretor Michael Moore foram bem absorvidas pela população, e hoje em dia muita gente realmente pensa que o governo americano, de fato, teve uma enorme contribuição nos ataques. E o presidente Bush, que demonstrou fraqueza durante os ataques, era na verdade o maior vilão da história.

Nesses ultimos anos pós 11 de Setembro, nunca os direitos humanos foram tão violados na história americana, e durante a guerra, os direitos humanitários foram completamente ignorados.

Vale lembrar que Direito Humanitário não significa o mesmo de Direitos Humanos, os direitos humanitários configuram os direitos do cidadão em períodos de guerra, e um dos princípios mais ignorados é que durante a guerra, apenas militares podem ser envolvidos. Mas o que vimos no Iraque foi muito diferente, não é? Muitos civis foram mortos e massacrados pelo exército, gente que não tinha nada a ver com o que aconteceu nos Estados Unidos estava sendo massacrada em nome de interesses econômicos e políticos, ou simplesmente vingança, interesses dos quais até hoje ninguém sabe se realmente se tratou de vingança, como foi dito, o inimigo era outro.

rafaelfierro
Enviado por rafaelfierro em 02/10/2012
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