DOCUMENTÁRIO "FROM FARM TO FRIDGE"
Produzido em 2011 pela organização não governamental norte-americana Mercy for Animals e com o apoio do site vegetariano GoVeganNow.com, o documentário “From Farm to Fridge” (em uma tradução livre, “Da Fazenda ao Frigorífico”) tem 11 minutos e 51 segundos de duração. É narrado pelo ator norte-americano James Cromwell, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante, ironicamente, pela interpretação do fazendeiro Arthur Hogget, de “Babe, o Porquinho Atrapalhado”. O personagem teria inspirado Cromwell, já vegetariano desde 1974, a tornar-se vegano (pessoas que, motivadas por uma filosofia de evitar o sofrimento animal, não utilizam nenhum produto de sua origem). O filme está disponível somente com o áudio em inglês.
“From Farm to Fridge” é um documentário gravado com câmeras escondidas no interior de celeiros, estábulos e matadouros. Ele mostra as sevícias impostas a porcos, leitões, galinhas, pintos, vacas, bezerros e até espécies subaquáticas. O filme é explícito, com direito a cenas como castrações, degolações, socos e chutes aplicados pelos funcionários dos matadouros. O tom de voz grave de James Cromwell, a trilha sonora emprestada de filmes de suspense e as vozes agonizantes dos animais estabelecem o clima de aflição. Os produtores do vídeo recomendam discrição ao telespectador e avisam de seu conteúdo perturbador.
Podemos interpretar “From Farm to Fridge” como uma propaganda vegana. O sensacionalismo e o drama presentes no documentário são uma tentativa de transformar pessoas com uma dieta normal em novos comedores de grama. Os vegetarianos radicais, por sinal, mostram uma inequívoca capacidade de chocar as pessoas através da divulgação da violência imposta aos bichos. Em seus sites, como o já citado govegannow.com, além de mercyforanimals.org, mcdonaldscruelty.com e peta.org, há fotos e vídeos com exibição sem parcimônia do sofrimento animal.
Portanto, “From Farm to Fridge” faz jus ao veganismo, tido quase como uma religião pelos seus seguidores. E assim como em todas as religiões, os fanáticos veganos tentam a todo custo empurrar goela abaixo dos onívoros a sua dieta insossa, composta exclusivamente de vegetais e cereais, sob a unilateral justificativa de preservar os animais do sofrimento – como se a flora presente em suas cozinhas também não contemplasse seres vivos.
Uma causa mais nobre a ser deduzida do documentário seria uma possível reivindicação de formas dignas de abater as espécies que irão para fornos, panelas e frigideiras. Porém, “From Farm to Fridge”, aparentemente, não ajuda em nada nesse ponto, pois sequer informa onde estão as fazendas e os matadouros onde as torturas foram cometidas. O filme, infelizmente, se parece mais com expressão do ódio vegano contra uma alimentação onívora do que propriamente uma denúncia.
Caso você tenha curiosidade e estômago suficientes, “From Farm to Fridge” é fácil de localizar no YouTube. Confesso que, mesmo não nutrindo a menor simpatia pelo veganismo, nos primeiros dias após assistir ao documentário, tive uma sensação quase esquizofrênica de “ouvir” a comida guinchar, piar, grasnar e mugir...