RESENHA "A TENTAÇÃO"
Com distribuição da Vinny Filmes e rodado na Lousiana (EUA), “A Tentação” apresenta um elenco de nomes pouco comentados entre o público brasileiro, como Charlie Hunnam, Terrence Howard, Patrick Wilson, Jaqueline Fleming, entre outros. Aparentemente, o nome mais conhecido é o da atriz Liv Tyler, de “O Incrível Hulk” e “O Senhor dos Anéis – As Duas Torres” e filha do vocalista Steven Tyler, da banda norte-americana Aerosmith. O filme foi dirigido pelo britânico Matthew Chapman e tem 101 minutos de duração. Os gêneros são drama e suspense.
Um policial (Terrence Howard) recebe uma hercúlea missão: dirigir-se à cobertura de um prédio onde um suicida (Charlie Hunnam) está prestes a se atirar. Lá, o oficial deve conversar com o sujeito por tempo suficiente para demovê-lo da ideia ou, ao menos, adiar sua queda ao máximo, proporcionando uma deixa para seu salvamento. Durante o diálogo, o policial tem acesso à história que levou seu interlocutor àquela situação, em um debate social, religioso e ateísta.
A ambientação é estática. O enredo é totalmente narrado pelo personagem de Hunnam, no alto da sacada. O filme tem uma atmosfera pacata, mas que vai adquirindo ar dramático pouco a pouco. A narrativa é densa, porém ágil. Dificilmente o telespectador se sentirá entediado com o desenrolar de “A Tentação”, porque a obra não contém tramas paralelas, restringindo-se tão somente aos motivos de seu protagonista. A trilha sonora é apenas discreta.
No desenrolar do filme, podemos perceber que o fanatismo religioso é confrontado com a descrença espiritual, com os preconceitos e com as nossas noções de moral. A cada minuto, “A Tentação”, como um bom drama, vai se tornando cada vez mais perturbador e convidativo a boas discussões. Na história, fazem-se presentes assuntos tensos, como a contestação da existência de Deus, o homossexualismo e a infidelidade conjugal. Basicamente, é um filme feito de reflexões e contestações a respeito do que é imposto como norma em nossa sociedade.
“A Tentação” parece dialogar com o seu telespectador, fazê-lo repensar seus conceitos de fé e moral e instigá-lo a contestar o estabelecido como verdade absoluta. Sendo assim, não é uma obra para qualquer audiência. A despeito de ser um excelente filme, a perplexidade promovida em sua trama pode não ser recomendada para pessoas mais sensíveis. Sugiro-o para quem tem a mente aberta. Caso esteja interessado em um filme inteligente, não resista a esta “Tentação”.