DOCUMENTÁRIO SICKO

O documentário relata o histórico da saúde nos E.U.A, onde as pessoas não tem um sistema de saúde único. Retrata também o sistema único de saúde no Canadá e da França, que funcionam normalmente. Vemos nas cenas deste extraordinário trabalho feito pelo produtor Michael Moore, que as pessoas são obrigadas a contratar um seguro de saúde na América, pois se por ventura venham a precisar de uma consulta ou qualquer procedimento médico por mais simples que seja,não serão atendidas se não tiverem como pagar ou então disponham de um seguro de saúde, mas até mesmo para quem dispõe desses seguros, quando necessitam fazer algum procedimento, acabam tendo seus pedidos negados, ou até mesmo sendo excluídos dos planos.

15 milhões de Norte-americanos não dispõe de condições financeiras para obter um seguro de saúde, e dessa forma ficam a mercê da própria sorte. Fato que essas pessoas quando ficam doentes,não têm como se cuidar sozinhas e acabam morrendo por falta de atendimento médico.

No Canadá a população é atendida de forma gratuita, pois lá existe um sistema único de saúde. Um dos casos que podemos comparar o atendimento nos Estados Unidos e no Canadá, é caso do senhor Rick, que reside nos E.U.A, ele serrou a ponta de dois dedos numa serra elétrica quando estava trabalhando, e neste momento seu primeiro pensamento foi, “não tenho seguro. Quanto irá custar? Terei de pagar em dinheiro? 2 ou 3 mil dólares ou mais.” Porém quando chegou ao hospital teve uma surpresa, o procedimento do dedo médio que tinha partido totalmente a ponta, custava 60 mil dólares, e o outro anelar,que não tinha sido cortado completamente, custava 12 mil dólares, então ele teve que escolher qual o dedo queria que fosse reconstruído, pois não teria condições de pagar as duas cirurgias, dessa forma foi obrigado a fazer apenas o procedimento do anelar.

Um canadense chamado Brad,sofreu um acidente, uma lâmina cortou os cinco dedos,que ficaram separados completamente de sua mão,a cirurgia era bastante complexa, pois a duração seria de 24 horas, com uma equipe de quatro cirurgiões, algumas enfermeiras e dois anestesistas, a grande diferença do primeiro caso além da complexidade, é que ele não tinha um seguro de saúde e mesmo assim não estava preocupado com quanto ia ter que gastar com o procedimento,pois ele sabia que tudo seria gratuito, já que dispõe em seu país de um sistema de saúde público, e o procedimento foi realizado com sucesso, e sua mão ficou com o movimento normal nos cinco dedos.

Diferentemente da América do Norte as pessoas na França são atendidas sem gastar dinheiro. Temos um caso de uma criança Norte-americana de apenas 18 meses, cujo nome é Mychelle, que numa noite teve febre acima de 40ºc, então sua mãe ligou rapidamente para uma ambulância, que a levou para o hospital mais próximo, pois fazia parte da seguradora Kaiser. Quando chegaram ao Martin Luther King, os atendentes antes mesmo de prestar socorro à menina, fizeram primeiro contato com a seguradora, que os afirmou que não iria pagar os antibióticos para tratamento naquela unidade hospitalar, e disseram que deveriam levar a criança para a rede interna da Kaiser, isto foi comunicado a mãe, que insistiu pra sua filha ser tratada lá mesmo, mas o que aconteceu, foi que ela teve que sair do hospital escoltada por seguranças, pois disseram que ela representava uma ameaça ao hospital. Então após horas de espera, a garota foi transferida para a rede da Kaiser, mas antes mesmo de chegar ao destino, ela piorou e teve uma parada cardíaca, e por trinta minutos tentaram reanima-la, mas infelizmente não conseguiram, e a criança morreu.

No caso de uma criança francesa, a conduta foi totalmente diferente da Norte-americana. Pois a menina chamada Zoe que não tinha seguro de saúde, estava com febre alta, complicações na respiração e veio a desmaiar, sua mãe desesperada, foi até o hospital mais próximo, e os médicos atenderam sua filha imediatamente, e foi ministrado logo os medicamentos para baixar a febre, em seguida é colhido o sangue para fazer os exames necessários, e dessa forma rapidamente foi diagnosticado o problema, o que ela tinha era uma infecção na garganta, a menina passou quatro dias no hospital e seus pais também ficaram para acompanha-la, e quando o autor do documentário pergunta quanto ela gastou, a resposta é a seguinte: “nada”, mesmo assim ele insistiu e perguntou o porque não tinha gasto nada, e a resposta foi simples, ela disse: “ vivo na França”. Sua filha reestabeleceu a saúde e voltaram para casa.

Nas cenas do documentário SICKO, assistimos também casos de pessoas que tinham condições de pagar os planos de saúde, mas mesmo assim para conseguirem firmar os contratos, eram exigidos uma bateria de exames para verificar se o interessado tinha alguma doença preexistente ou não, e se fosse constatado alguma doença que constasse numa lista preestabelecida pelo plano, ela não iria poder ser incluída no seguro de saúde. Mesmo com todas as exigências e com os valores abusivos, muita gente consegue ter esses planos, por trabalhar em algumas empresas, ou por pagar por conta própria, porém a maioria se surpreende quando necessita utilizar os serviços contratados, por exemplo: Um homem chamado Tracy, fazia parte dos 250 milhões de americanos que dispõe de plano de saúde, pois sua esposa trabalhava no centro médico St. Joseph, que lhes dava direito a um seguro de saúde, ele padecia de um câncer, e precisava de uma doação de medula para ficar curado, mas no primeiro momento ele necessitava de medicamentos para o tratamento, porém a companhia sempre negava, eles alegavam que determinado tipo de medicamento não era necessidade médica, outras vezes falavam que não era para aquele caso particular de câncer. Então num segundo momento, foi apresentado um doador compatível de medula óssea, era o irmão do paciente, foi apresentado então para o companhia o pedido para fazer o transplante, mas foi negado, pois alegavam que tal procedimento era apenas experimental. Isto tudo acontece porque existe uma comissão de médicos que aprovam e negam os pedidos feitos, mas isto é feito de maneira imoral, injusta e impiedosa, pois,o que pouca gente sabe é que esses médicos tem que negar no mínimo 10% de pedidos, e quando ultrapassa o percentual mínimo, o médico ganha um bônus que pode chegar a seis dígitos por semana. Esta conduta piorou a situação Tracy, que em 13 de janeiro, dia do aniversário de sua esposa, ficou inconsciente e depois de cinco dias faleceu.

No caso de Tarsha Harris, uma Norte-americana segurada pela Blue Cross, teve seu pedido aceito e sua operação foi autorizada, mas antes de fazer o procedimento recebeu um comunicado da operadora, alegando que a mais de cinco anos atrás ela teve micose vaginal, e que o problema que tinha agora, aconteceu em decorrência desse fato, por isso cancelaram a autorização e também encerraram o contrato de prestação de serviço, ou seja, foi excluida do seguro.

Conclusões pessoais

Este documentário me surpreendeu com diversas cenas de crueldade daqueles que detém o poder, vimos que o Estado na região Norte da América negligenciou o sistema público até que ficasse completamente arruinado, fazendo com que as empresas privadas surgissem a cada dia e que crescessem cada vez mais, dando lucro para os donos, e acabando com a vida das pessoas. Esta conduta dos parlamentares foi elaborada de tal forma que as pessoas pensam que isto é bom, ou seja, acreditam que em um país que tem o sistema de saúde publico, não funciona, e quando a primeira dama Hillary Rodham Clinton, começou a defender um sistema de saúde universal, onde todos teriam direito de ser atendidos independentemente de estarem empregados ou não, ou terem seguros, aconteceu que em pouco tempo os republicanos juntamente com os poderosos donos de seguro de saúde começaram a criticá-la, e assim fizeram um grande marketing negativo contra a Sra. Clinton, e as pessoas deixaram de acreditar que o que ela estava propondo seria bom, ou seja, a intervenção do Estado neste momento se tornou muito difícil, pois os planos enriqueceram tanto, que detém o poder para manipular as pessoas que podem mudar esta realidade triste.

Despois de assistir vários casos de falta de atendimento em que as pessoas foram a óbito e outras ficaram com sequelas graves, tenho a consciência de que não iria para os Estados Unidos da América por livre e espontânea vontade, salvo em caso que de motivo maior, e mesmo assim só iria se tivesse dinheiro suficiente para pagar algum procedimento médico caso precisasse, pois nem se tivesse seguro de saúde, não seria confiável.

Ailton possidônio
Enviado por Ailton possidônio em 28/07/2012
Reeditado em 25/08/2012
Código do texto: T3801781
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