OS IMPLACAVEIS 2012 COM SAM SHEPARD
OS IMPLACAVEIS – 2012 – COM SAM SHEPARD – FAROESTE / DRAMA
Os implacáveis é um filme bastante realístico e triste. É um faroeste, tem lá todos os elementos, mas é também um drama rasgado de um homem solitário. Assisti ontem a esse filme e fiquei pensando a respeito da brevidade da vida. Butch Cassidy fugiu para Bolívia e lá empreendeu a principio uma vida de bandido, novamente, mas devido ao destino, passou décadas até que alguém soubesse que ele estava vivo. Tornando-se um pequeno fazendeiro isolado, era apaixonado por uma índia, muito linda e carinhosa para com ele. A química dos dois atores foi muito boa, eles aparentavam mesmo que se amavam.
O filme tem cenários lindíssimos. Não consigo me decidir se a Cordilheira dos Andes, ou o Deserto de Sal, ou as montanhas ou savanas são mais belas. Sabe aquele momento que você par de olhar para uma coisa e passa a olhar para outra, isso ocorreu no filme nitidamente, pelo menos uma vez, quando Butch está entrando em um território onde haviam formações rochosas amarronsadas fantásticas de tão belas. Você deixa o protagonista e passa a olhar boquiaberto para a paisagem.
Sam Shepard está em grande forma num belo filme, que não me decido muito a usar o rótulo de Bang Bang, como esperado. O filme é um drama. É um drama ver a relação já de cara fatídica de Butch e a sua amada boliviana, que não pode voltar com ele para os EUA, pois ela tem família. Ela é a sua empregada, que virou a sua amante e quando imaginamos que ela é a sua esposa, ela mesmo diz que não é, numa cena importante. Butch é relutante em não estar com ela, ele pede que ela fique com ele várias vezes, durante o filme, e pede que ela volte sempre. Ela o ama e ele também a ama muito, um amor maduro de duas pessoas que sabem que não tem futuro juntos. Ele é de outra terra, outro nível, outra situação e ela... tem família. Eu tive a impressão, não que ela fosse casada, mas sim que ela tivesse irmãos pequenos e uma mãe dependente dela, e por isso não poderia abandona-los de maneira alguma.
Sem contar muito do filme, ele encontra com um engenheiro de uma mina, que roubou os seus patrões e por isso está sendo perseguido insistentemente, por doze nativos bolivianos, que querem recuperar o que ele roubou. E daí pra lá, o filme só vai desandando. Já vimos isso antes e sabemos que nada é o que parece. Não desconfiamos de certos fatos do filme, mas eles estão lá e só depois os juntamos, quando já é tarde. Quando vamos desconfiar de algo, assim como Butch, que entra numa furada, já é tarde para fazer alguma coisa.
Viver na Bolívia é um drama triste e pobre, ver seus companheiros morrer ou irem embora, também, descobrir pela boca de gente inesperada, numa cena espetacular de um homem bêbado, a verdade, já lá no fim do filme, é fantástico. De novo, a travessia daquele Deserto de Sal, é fantástico.
Enfim, o filme é um espetáculo visual, de atores impressionantes – olha, como eu gostei da amada do Butch Cassidy -, o cara que faz o engenheiro é perfeito, matreiro, esperto, sempre com um pé meio atrás, o que nos faz ficar com um pé atrás com ele também; acreditamos nele, mais ou menos, desconfiando que algo não cheira bem.
A principio, se há uma critica que posso fazer a esse filme, perfeito, irretocável, que poderá ser visto durante décadas ainda, que não perderá a sua força, é que acho que Butch, a principio, quando ameaça o engenheiro, que se ele o trair, então o pistoleiro velho, cabelos brancos, cansado, irá mata-lo, parece meio exagerado, com o tempo vemos que a situação toda, a localidde, era terra de ninguém e o povo decidia as coisas ali era na bala, ou na faca. Então a minha critica é vazia e a ameaça dele só mostra uma Bolívia bandida, abandonada, roubada por quem deveria ajuda-los.
Olha, se lhe falta o que fazer, baixe o filme, assista,
Pois esse, eu recomendo.
P. S.
Senti vontade de dar nota a esse filme, o que não é o meu costume. De 10, dou um 7,5, o que que dizer que é excelente, acima da média. Mais seria uma obra prima, o que ele não é. Uma obra prima precisa ter elementos que não se resolveram bem, até hoje, como 2001 Uma Odisséia no Espaço, com aquele final fantástico e aquele robô, também fantástico, o Hall 9000. Ou, outra obra prima, que é O Poderoso Chefão, ou A Honra do Poderoso Prizzi.
No mais, tchau.
Paulo Sergio Larios