RESENHA "SOMBRAS DA NOITE"

Distribuído pela Warner Bros., o filme conta com um elenco estrelado, cujos destaques são Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter e Chloë Grace Moretz, dirigidos por Tim Burton. “Sombras da Noite” tem 113 minutos de duração e foi filmado na cidade britânica de Kent, apesar da maior parte da película ser ambientada nos EUA. Seus gêneros são fantasia e comédia.

Na Inglaterra do século XVIII, um jovem (Johnny Depp) da rica e tradicional família Collins é o alvo da paixão de uma bruxa (Eva Green). Ele, porém, jamais pôde corresponder ao que a feiticeira sentia, pois seu coração já batia por outra garota (interpretada pela australiana Bella Heathcote). Enciumada, a bruxa resolve matar sua rival e amaldiçoar o personagem de Depp, transformando-o em um vampiro e trancafiando-o em um ataúde, para que este sofresse com a perda de seu amor por toda a eternidade. Dois séculos depois, ele é libertado do caixão e decide recomeçar sua vida, porém encontra sua cidade dominada pela bruxa e sua família em uma preocupante situação financeira.

Um filme com um enredo fantástico, apresentando personagens como bruxas e vampiros, precisa de uma atmosfera obscura e diálogos longos e enigmáticos. Pois “Sombras da Noite”, até pelo que o título sugere, contém tais elementos. A mansão da família Collins, supostamente gótica, é maravilhosamente ornada ao estilo medieval e combina com a narrativa.

O filme, à primeira vista, aparenta pertencer ao gênero terror, mas de amedrontador não tem mesmo nada. Na realidade, ele faz rir em muitos momentos. Cada personagem possui uma personalidade única e que completa muito bem as dos outros. A narrativa é ágil e aguça o telespectador a descobrir imediatamente qual será o próximo acontecimento ou desfecho de uma situação específica. Portanto, a película é cativante e emocionante.

“Sombras da Noite”, a priori, é uma história de uma paixão obsessiva não correspondida, culminando em um ciúme extremo. Logo, é possível interpretá-lo como uma metáfora do amor, mostrando o quão intenso e arrasador ele pode ser. No entanto, é um sentimento que nem sempre acarretará em consequências positivas, como se pode interpretar a partir do comportamento da bruxa. A maldição rogada por ela não chegou a ser encerrada; semelhante às inúmeras paixões mal resolvidas que brotam em nosso mundo, aliás, concreto e sem criaturas fabulosas.

Visto por este ângulo, podemos pensar que “Sombras da Noite” é um filme romântico. Todavia, mesmo que você já esteja farto dos clichês retratados nas sucessivas comédias românticas “água-com-açúcar” que sobrecarregam a história do cinema, fique sossegado. Tim Burton, ao adaptar a antiga série televisiva dos anos 60 e 70, em nenhum momento aproximou sua produção do óbvio. Pode confiar. “Sombras da Noite” é o verdadeiro retrato do amor mesquinho e egoísta.