American Pie - O Reencontro (Análise e Crítica)

O que poderia acontecer quando, depois de quase dez anos, uma turma pirada de amigos do colegial resolvesse se encontrar para matar as saudades, principalmente dos velhos tempos? É essa linha nostálgica que norteia a produção “American Pie – O Reencontro”, quarto filme da franquia original iniciada em 1999, que retratava as aventuras de quatro adolescentes que mal podiam esperar para deixarem de ser virgens. Devido às piadas ácidas e às situações extremamente engraçadas, virou um sucesso absoluto de público.

Apelações à parte bem típicas do gênero, o roteiro é competente. O longa inicia mostrando que o atrapalhado Jim (Jason Biggs) e Michelle (Alyson Hannigan), agora casados e com um filho, estão com a vida sexual em risco, uma vez que preferem se masturbar a terem relações sexuais. Para esquentarem a relação, voltam à sua antiga cidade, onde acontecerá o tão aguardado reencontro da turma de 99. E as mais divertidas situações se desenrolam nesse ínterim.

Em um tom mais maduro, até porque o adolescente daquela época já é o adulto de hoje, os atores provam que ainda têm sintonia, com diálogos rápidos e bastante eficazes. Assim como nos outros três filmes, dois personagens continuam roubando a cena. O primeiro é o insubstituível Steve Stifler (Seann Willian Scott), e o outro trata-se de ninguém menos que o Sr. Levenstein (Eugene Levy), responsável por diversos momentos hilários, incluindo suas conversas com seu filho Jim, que são tudo, menos de fato conversas.

Mas o tom saudosista não está somente no reencontro. Existem muitas referências a situações clássicas dos outros filmes da série: a cena da torta, o vídeo da ejaculação precoce de Jim, o fato de Finch (Eddie Kaye Thomas) ter transado com Janine (Jennifer Coolidge), a mãe de Stifler, sem contar com os outros personagens, que retornam nessa sequência ou que são pelo menos aludidos.

A trilha sonora também está condizente com a proposta do filme. A cena mais emocionante é embalada pela lindíssima canção “Closing time”, do grupo Semisonic, sucesso de 1999 que provavelmente deva ter marcado presença nos muitos sonhos e namoros dos adolescentes daquele ano. E, por curiosidade, é esta mesma canção a responsável por uma das melhores cenas de “Amizade Colorida”, comédia romântica estrelada por Justin Timberlake, de 2011, em que muitos a dançam em coreografia num grande salão.

Não sei o que os jovens atuais vão achar deste filme, mas os da minha geração deveriam assistir. Não somente para recordarem, mas também para darem algumas gargalhadas e compreenderem algumas lacunas que haviam ficado abertas das produções anteriores. Agora, vivemos um momento na indústria cinematográfica da carência de ideias originais, ocasionando o apego às franquias e continuações. Espero que não ocorra isso e que “O Reencontro” feche esta quadrilogia, o que seria com chave de ouro. Sem dúvida, é o melhor de todos, e antes o gostinho de “quero mais” à certeza da decepção.

P.S.: Assistam à cena pós-crédito. Imperdível! (risos)

Nota 8,0.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 21/04/2012
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T3625090
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