“Lado a Lado” (Stepmom)
“Lado a Lado” (Stepmom)
Taí um filme de vários lances e vários palcos. Há o lance da família, abordado de modo muito lisonjeiro. Há também o que se conhece por controle das emoções. Outra coisa – vigora uma lealdade entre os personagens difícil de explicar.
Julia Roberts, Susan Sarandon e Ed Harris transitam numa sintonia Anos Luz do Novelão das 8, local onde 90% exalam encardida ruindade.
Chris Columbus dirigiu “Uma Babá Quase Perfeita”. Ali, família também era o foco. Aqui, além do que, o filme homenageia Irene Columbus, mãe do diretor. Convenhamos que mãe seja um item intensamente familiar.
O título nos diz “madrasta” e a argamassa da trama são os predicados descritos acima. Os filhos são leais à mãe (Sarandon), mas também são leais à madrasta (Julia). Harris ama a nova esposa (Julia), mas é de coração que ele diz para a velha esposa (Sarandon) – quisera que fosse comigo. Ele se refere a doença de Sarandon.
Locações, cenários, ambientações, ou antes, os vários palcos, em nada, mas em nada mesmo, remetem à fajutice estéril tão disseminada por aí. O bom gosto impera em todos os lugares, seja na casa de Sarandon, de Harris, no trabalho de Julia (ela fotografa moda), nas lanchonetes, escolas, parques, ruas e avenidas, tudo movido por um acabamento de se bater continência.
Step foi lançado em 98 e escrito por Gigi Levangie. Impressionante como uma menina de 12 anos (Jena Malone) nessa época apresenta-se praticamente como um ET – em virtude de hábitos, aspirações e comportamentos, se comparada a uma menina de 12 hoje, considerando os parâmetros propostos pelo espetáculo. E a América ventilada por Columbus, ora essa, tirando a clicheria o resto é onírico e estamos no cinema para sonhar, parte do público avesso a tarântulas e caveiras se fia em cor, luz e som, mais alguns valores. Que importa se são da carochinha, se nos movem a um lugar melhor?
A história de Levangie funciona como um bauzinho mantenedor das seguintes relíquias – o heroísmo de Sarandon, doente sem reclamar, o outro heroísmo de Julia, com a faca no peito pela Imbecilidade Corporate, e assim a ponto de perder o emprego para cuidar de crianças que não são suas. O temperamento de Harris – o que é certo, é certo - e vamos manter a calma pois no jogo existem dois seres em formação.
Além de direção de arte irretocável e aprumada fotografia a produção se utilizou da feliz insistência em colocar o super hit de Marvin Gaye -
"AIN'T NO MOUNTAIN HIGH ENOUGH " - em três situações de link entre pessoas, suas esperanças e seus laços.
“Lado a lado” reserva ainda um bom artifício para um trabalho com tais apelos – ele nos poupa de cemitérios e hospitais. Ali, a morte é apenas uma verdade futura travestida de acordo verbal.
Tudo muito bonitinho para o seu gosto? Ora, pílulas douradas fazem o mesmo efeito de pílulas toscas.
A cruz de Susan é a seguinte: maridão partiu, a metástase se alastra no seu organismo e seus filhos começam a se render para a parceira do maridão, que é uma gata.
A fábula de Columbus também adentra na responsabilidade de cada palavra dita por um adulto para uma criança e o quanto isso influenciará em seu futuro.
Stepmom, mesmo com os duelos entre palavra de mãe versus palavra de madrasta - e aí incluem-se as meias pisadas nas meias jacas onde meias estribeiras foram perdidas, mas, atente, resgatadas, é um filme que o tempo todo nos remete ao que poderíamos chamar de Posturas Evoluídas. Precisamos de exemplos, o tempo todo.
“Lado a Lado” (Stepmom)
Taí um filme de vários lances e vários palcos. Há o lance da família, abordado de modo muito lisonjeiro. Há também o que se conhece por controle das emoções. Outra coisa – vigora uma lealdade entre os personagens difícil de explicar.
Julia Roberts, Susan Sarandon e Ed Harris transitam numa sintonia Anos Luz do Novelão das 8, local onde 90% exalam encardida ruindade.
Chris Columbus dirigiu “Uma Babá Quase Perfeita”. Ali, família também era o foco. Aqui, além do que, o filme homenageia Irene Columbus, mãe do diretor. Convenhamos que mãe seja um item intensamente familiar.
O título nos diz “madrasta” e a argamassa da trama são os predicados descritos acima. Os filhos são leais à mãe (Sarandon), mas também são leais à madrasta (Julia). Harris ama a nova esposa (Julia), mas é de coração que ele diz para a velha esposa (Sarandon) – quisera que fosse comigo. Ele se refere a doença de Sarandon.
Locações, cenários, ambientações, ou antes, os vários palcos, em nada, mas em nada mesmo, remetem à fajutice estéril tão disseminada por aí. O bom gosto impera em todos os lugares, seja na casa de Sarandon, de Harris, no trabalho de Julia (ela fotografa moda), nas lanchonetes, escolas, parques, ruas e avenidas, tudo movido por um acabamento de se bater continência.
Step foi lançado em 98 e escrito por Gigi Levangie. Impressionante como uma menina de 12 anos (Jena Malone) nessa época apresenta-se praticamente como um ET – em virtude de hábitos, aspirações e comportamentos, se comparada a uma menina de 12 hoje, considerando os parâmetros propostos pelo espetáculo. E a América ventilada por Columbus, ora essa, tirando a clicheria o resto é onírico e estamos no cinema para sonhar, parte do público avesso a tarântulas e caveiras se fia em cor, luz e som, mais alguns valores. Que importa se são da carochinha, se nos movem a um lugar melhor?
A história de Levangie funciona como um bauzinho mantenedor das seguintes relíquias – o heroísmo de Sarandon, doente sem reclamar, o outro heroísmo de Julia, com a faca no peito pela Imbecilidade Corporate, e assim a ponto de perder o emprego para cuidar de crianças que não são suas. O temperamento de Harris – o que é certo, é certo - e vamos manter a calma pois no jogo existem dois seres em formação.
Além de direção de arte irretocável e aprumada fotografia a produção se utilizou da feliz insistência em colocar o super hit de Marvin Gaye -
"AIN'T NO MOUNTAIN HIGH ENOUGH " - em três situações de link entre pessoas, suas esperanças e seus laços.
“Lado a lado” reserva ainda um bom artifício para um trabalho com tais apelos – ele nos poupa de cemitérios e hospitais. Ali, a morte é apenas uma verdade futura travestida de acordo verbal.
Tudo muito bonitinho para o seu gosto? Ora, pílulas douradas fazem o mesmo efeito de pílulas toscas.
A cruz de Susan é a seguinte: maridão partiu, a metástase se alastra no seu organismo e seus filhos começam a se render para a parceira do maridão, que é uma gata.
A fábula de Columbus também adentra na responsabilidade de cada palavra dita por um adulto para uma criança e o quanto isso influenciará em seu futuro.
Stepmom, mesmo com os duelos entre palavra de mãe versus palavra de madrasta - e aí incluem-se as meias pisadas nas meias jacas onde meias estribeiras foram perdidas, mas, atente, resgatadas, é um filme que o tempo todo nos remete ao que poderíamos chamar de Posturas Evoluídas. Precisamos de exemplos, o tempo todo.