Filme retrata com melancolia a vida de magnata

Filme: Cidadão Kane

Título original: Citizen Kane

Gênero: Drama

Duração: 119 min.

Ano: EUA – 1941

Distribuidora: RKO Radio Pictures Inc.

Direção: Orson Wells

O filme Cidadão Kane conta a história do jornalista Charles Foster Kane, papel do próprio Orson Wells. O filme começa com a morte de Kane, que no leito de morte pronuncia uma única palavra: “Rosebud”.

Um grupo de jornalistas, então, começa uma investigação para descobrir o significado da última palavra de Kane. Para desvendar a incógnita, procuram os velhos conhecidos da vida do jornalista, cujos testemunhos conduzem o telespectador pela vida do empresário. Ela é revelada em fragmentos por meio de flashbacks que mostram desde a sua infância humilde em um pensionato de sua mãe até o fim rodeado de luxo, ostentação e poder.

Relata-se, por exemplo, que a vida simples de Kane muda radicalmente quando sua mãe recebe de um inquilino inadimplente a escritura de uma mina aparentemente sem valor, mas que estava cheia de ouro e rende a família uma fortuna incalculável. Kane, então, fica sob a tutela do banco administrador da mina e é levado para ser educado por um grupo de empresários que o molda para o poder. Cedo, compra um jornal quase falido e se torna um jornalista implacável e impetuoso com um lema: dizer sempre a verdade, doa a quem doer, mesmo que seja a ele mesmo – como numa campanha que move contra uma empresa de transportes da qual é acionista. Desta forma constrói um “império dentro do império” – americano - na área de imprensa. Depois de se casar e se divorciar duas vezes, Kane manda construir uma enorme e nababesca mansão, batizada de Xanadu, em homenagem a mítica cidade asiática conhecida por ser um monumento ao prazer. É em meio a esse paraíso que ele se isola de todos junto com Susan, sua segunda mulher, que o abandona por se sentir solitária e sufocada em meio ao luxo e ao requinte de um marido que vive uma vida recheada de escândalos. Nesta “gaiola de ouro” ele definha até o derradeiro final, que serve de ponto de partida para a história.

A maior surpresa do filme acontece no final: a solução do mistério que é o cerne da história - “Rosebud”, que nem os conhecidos de Kane sabem o significado. A grande ironia se encerra no fato de apenas o telespectador descobrir que a resposta estava o tempo todo em Xanadu, bem “debaixo do nariz de todos”, mas que se perde para sempre, assim como tudo na vida do dono do palacete que com suas obras de arte e zoológico particular faz lembrar Neverland, o rancho do rei do pop Michael Jackson, cuja vida foi tão ou mais polêmica quanto a de Kane e que assim como o magnata queria encontrar no seu jardim do éden particular o retorno à infância perdida em meio ao caminho para o sucesso e a aclamação midiática. No caso de Kane, era na propriedade que ele guardava as recordações com a qual ele retornava aos tempos de criança para o quais ele gostaria de voltar: uma bola de vidro com uma casinha - semelhante à pensão de sua mãe - sendo atingida por uma tempestade de neve e – surpresa! – um trenó “Rosebud”, que é queimado no final, destruindo para sempre o esclarecimento do enigma que todos estavam ansiosos para encontrar.

Léo Casa
Enviado por Léo Casa em 01/04/2012
Código do texto: T3587596