UM CORPO QUE CAI - VERTIGO
Um dos melhores filmes do cinema, em todos os tempos, é Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock, considerado o melhor diretor de suspense até hoje.
Filmado em 1957, o filme recebeu a principio criticas negativas. Com o passar do tempo elogios rasgados e uma legião de fãs vieram.
Passou nos cinemas americanos, de novo em 1984 e sumiu de circulação por uma década. Aos negativos originais deteriorados, o que quase fez perder o filme, foi gasto um milhão de dólares, para o restaurar. O filme reestreou restaurado no cinema americano em 1996 e em São Paulo em 1997.
A atriz principal escolhida a principio foi Vera Miles, que acabara de trabalhar com o diretor em O Homem Errado, de 1957, mas ficou grávida e escolheram então Kim Novak para o papel duplo, que a consagrou. E realmente Kim Novak conseguiu fazer o papel de duas mulheres totalmente diferentes, tanto que há horas em que imaginamos que era outra atriz. Ela consegue falar com voz diferente, com sotaque diferente, com jeito de andar diferente, com roupas e lugares que não a esperávamos encontrar, o que só acentua quão boa atriz era.
O diretor Hitchcock tinha algo que falta muito hoje em dia, ele se reinventava. Um Corpo que Cai é o filme mais diferente que ele fez. Um exemplo critico foi o filme Piratas do Caribe, incensado por todo mundo. O filme era bom porque era diferente de tudo o que já havíamos visto. Mas o Caribe 2 foi esculahambado por ser igual a o primeiro. O 3 então foi desprezado, era exato aos dois primeiros. Os três filmes são bons, mas o diretor deveria ter encerrado no primeiro filme e assim ganhado a admiração mundial, mas inventou de fazer o 2 e o 3, iguais e embaçou a novidade do Piratas 1. Hitchcock, entretanto praticamente trai, literalmente o espectador, dividindo a trama em duas diferentes. Vemos isso novamente em Vestida para Matar, de Brian de Palma, copiada a idéia de Vertigo, Um Corpo que Cai.
Na primeira parte o filme tem alguns toques sobrenaturais, de repente o filme vira um drama de um homem obcecado por uma mulher morta. Porque o detetive, interpretado pelo sempre excelente James Stewart, não conseguiu ajudar a vitima indefesa, que morreu na sua frente. Acabamos vendo o detetive numa casa de recuperação, com o olhar vago de quem não está vendo nada. Aposentado, por problemas de saúde, destruído pelo caso, passa a vagar, quando melhora, pelas ruas de São Francisco - que linda fotografia tem esse filme. O detetive, um dia vê uma mulher, que parece um pouquinho, de longe, muito de longe, à morta. A câmera que vai e vem, assim como o filme, dão o tom e o nome do filme: Vertigo, ou Vertigem. O detetive tinha medo de alturas e é lógico que enfrentaria esse seu medo várias vezes. E a câmera que vai e vem, e as cores que assumem outras cores, ajudado pelo som –genial- que também dá uma sensação estranha, faz, em tudo desse filme o melhor de Hitchcock, o auge de sua carreira, ganhando o panteão eterno de um dos melhores filmes do cinema.
Quando assisti pela primeira vez esse filme, na Globo, de madrugada, fiquei embasbacado com um filme que não sabia analisar, só sabia que era bom, mas não sabia como. O filme é uma novidade só. Com atuações memoráveis, uma história policial e de suspense em que nada é o que parece, levada a exaustão, dando reviravoltas e cambalhotas, estou impressionado até hoje.
Nós amamos à Madeleine da primeira parte, mas é a Judy, pobre, coitada, frágil, que cativa de vez o nosso coração. James Stewart que só descobre a trama, quando não tem mais jeito, é uma novidade como um detetive humano, que sofre e enlouquece. Um filme dividido em duas partes, dando a nítida impressão de dois filmes distintos, com personagens e locação diferente, dão um tom impressionante.
Meu amigo, se você não viu ainda esse filme, que é um dos 10 Melhores do Cinema Mundial, eu só posso dizer o seguinte:
Esse, eu recomendo.
Bibliografia:
http://50anosdefilmes.com.br/2000/um-corpo-que-cai-vertigo/
http://tudoecritica.blogspot.com/2008/07/um-corpo-que-cai.html