Filha do Mal (Análise e Crítica)

Tratando-se do gênero terror/horror, o que não nos falta são referências, principalmente durante os anos 1980 e 1990, quando se consagrou definitivamente nos cinemas. “Sexta-feira 13” não nos deixa mentir sobre isso. Entretanto, o público amadureceu e parece que sangue jorrando da tela não vem tendo muita atenção no momento, e isso se deu graças a produções como “O Chamado” e “O Grito”, sucessos que deram ênfase a tramas que lidam com sobrenatural e não com homens mascarados com motivos tolos para saírem matando por aí...

“Filha do mal” é um thriller desta mais recente vertente. Conta a história de Isabella, interpretada pela brasileira Fernanda Andrade, que busca a verdade sobre sua mãe. Aos 8 anos, a menina testemunhara sua mãe sendo internada como louca em um sanatório católico, por matar três religiosos. Porém, durante toda sua vida ouviu dizer de seu pai que, na verdade, sua mãe era possuída por espíritos malignos e que os assassinatos ocorreram durante um ritual de exorcismo.

No estilo “A Bruxa de Blair”, Isabella sai com sua câmera na mão e vai a Roma, para visitar sua mãe e assim fazer um documentário sobre o assunto. Inclusive, aliás, o que sobra são referências a outros filmes do gênero, fato que demonstra a falta de originalidade do roteiro. Além do já citado, como podemos não comparar este filme com o grande sucesso “O Exorcista”, precursor de toda essa onda de possessão demoníaca nos cinemas? O grande diferencial é que, além da novidade sobre o assunto, na fita dos anos 1970 nós temos boas interpretações e um roteiro melhor “amarrado”.

Em “Filha do Mal”, a protagonista, interpretada pela atriz brasileira, varia de mediana a ruim, em momentos em que falta carga dramática para cena enquanto sobra artificialismo, como no patético primeiro encontro entre mãe e filha, uma cena importante do filme, em que todos na sala pareciam esperar muito mais do mostrado.

E, por final, “Atividade Paranormal”. Como não fazer uma associação entre os dois filmes, se inclusive uma das cenas é igual? Quando possuída, Isabella vira a coluna a 180 graus, assim como o personagem que morre assassinado pela avó bruxa, na última cena da terceira produção da “saga”.

Enfim, “Filha do Mal” é uma produção que mais erra que acerta. Há alguns sustos, as cenas de possessão são as melhores partes do filme por conta da realidade em que tudo nos é transmitido, porém 80% são de momentos chatos, com um final bastante previsível. Claro que existem aqueles que vão gostar, mas a maioria se decepciona com o longa.

Quanto a mim, que acompanhei intensamente a divulgação de diversos cartazes, vídeos e fotos, não pude deixar de sair da sala com a sensação de que esperava muito, muito mais do que aquilo que fora apresentado.

Nota: 4,5.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 11/02/2012
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T3492513
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