...E O VENTO LEVOU
Não vou falar muito deste clássico épico já visto e revisto por todo mundo. Apenas que duvido que, quando a MGM resolveu produzi-lo, tenha imaginado que um dia o compraríamos a 10 reais em qualquer Loja Americanas e poderíamos assisti-lo a qualquer momento em nossas telas LED de 50 polegadas. De preferência, nus, tomando um mate gelado, que o verão chegou mesmo pra lascar.
Existe a lenda de que, quando Vivien Leigh leu o roteiro, disse pra todo mundo que o papel principal seria dela. Sem se importar com o mundaréu de candidatas, ela insistiu até que atingiu seu objetivo. E convenhamos: ninguém mais daria tanta credibilidade para um papel tão complicado como este, de Scarlett O’Hara, uma mocinha linda, mas mimada, que tem que passar pelo inferno de uma guerra civil, enquanto sofre de amor platônico pelo cunhado.
Olívia de Havilland foi outra aposta certíssima para o papel da irmã de Scarlet, a doce (e também linda) Melanie. Não vou perder mais tempo falando sobre o resto do elenco. Dizem que Clark Gable usava dentadura e tinha mau-hálito. Mas não quero, com isso cortar o barato das mulheres que sonham com o cavalheiresco Rhett Buttler, personagem que ama demais Scarlett, e sempre a pega nos braços e fala sussurrando, quase encostando seus lábios nos lábios dela. Ela, que não percebe ser ele o verdadeiro homem de sua vida, até que seja tarde demais e termina com a famosa frase de “amanhã será outro dia”..
Na época não havia esta facilidade em se lidar com efeitos especiais, como temos hoje. A cena do incêndio de Atlanta, em que Rhett tem que atravessar levando as duas irmãs e o bebê de Melanie, teve que ter fogo mesmo, de verdade. A cenas de Scarlet entre a multidão de feridos também é inesquecível. Não deve ter sido fácil realizar esta empreitada, que contou com diversos diretores, além do oficial Victor Fleming. Mas, ao final, a película acabou sendo um grande trunfo, atraindo multidões e conquistando inúmeros prêmios, incluindo o oscar de melhor filme.
Vivien Leigh foi uma das mulheres mais lindas que passaram pela tela do cinema. Casada com sir Laurence Olivier, este não mais suportando as variações de humor dela – que sofria de transtorno bipolar, coitada – pediu divórcio em 1960. Uma das cenas mais picantes de E O Vento.. é aquele em que Rhett a pega à força e leva escada acima no colo pra fazerem amor. No outro papel marcante de Vivien Leigh, a também problemática Blanche Dubois, em Um Bonde Chamado Desejo, ela também é pega à força, de modo menos glamuroso, é claro, pelo cunhado bruto, interpretado por Marlon Brando. Esta mulher tinha pimenta. Morreu aos 54 anos.