EL CID
Uma história verídica, um herói difícil de encontrar nos dias atuais. Nascido em berço nobre e com altos valores éticos. É o filme que elegi em primeiro lugar dentro da minha classificação de filmes, por isso é quem abre esse espaço de resenhas.
Estrelado por Charlton Heston e Sophia Loren.
Em um mundo devastado por guerras um padre ora e pede a Deus um milagre, alguém que possa trazer a paz e a união. De repente surge Rodrigo Dias de Vivaz, o futuro El Cid e lhe bate nas costas. Fica ai uma mensagem sub-reptícia de que essa é a resposta as preces do padre. Ele pergunta o que um cavaleiro sem os trajes de guerra faz naquelas paragens e Rodrigo diz que está ali por acaso. Aquele é o dia de seu casamento e ele esperava que aquele caminho fosse um atalho.
Rodrigo leva consigo os mouros que atacaram a aldeia como prisioneiros e logo encontra com o seu pai e uma multidão de aldeões. Conta que trouxe os prisioneiros para o pai, mas este diz que ele é quem deve decidir o que fazer. Chega nesse momento o oficial do rei Don Garcia, que exige a execução dos prisioneiros. Mas Rodrigo diz que se os matar a vingança dos seus filhos continuará a semear a morte e o terror na região. Então contra todas as expectativas, Rodrigo exige que os prisioneiros jurem que não mais atacarão as terras do rei e os liberta. Os prisioneiros que são reis na sua região, diz que para uma pessoa que não tem medo de ser bondoso existe só um nome: El Cid.
Assim Rodrigo ganha o seu cognome e fortes adversários na corte. O padre nesse momento reconhece que ele havia tomado o caminho mais curto, não para a sua noiva, mas para o seu destino.
Don Garcia chega primeiro na corte e envenena todos com a versão de sua história, de que Rodrigo é um traidor. Todos acreditam na história inclusive o pai de sua noiva, Ximena. Don Garcia imagina dessa forma desviar os sentimentos de Ximena para si, já que todos sabem do seu interesse por ela.
Rodrigo, já dentro do castelo, fica isolado enquanto no salão principal a acusação é julgada na presença de seu pai. Ximena vai até ele e esse momento é sublime. Lá fora o mundo julga a atitude de um valoroso cavaleiro que no uso de sua consciência libertou os prisioneiros na intenção do seu ato trazer a paz para o lugar. Mas o mundo tem sede de sangue e não compreende ações que são tomadas fora do senso comum. Somente Ximena, pela força do amor, mantém a fé no seu amado. Enquanto todos o acusam o seu coração diz que ele não é o traidor que todos pensam. Enquanto eles ouvem o vozerio da multidão o acusando de traidor, Ximena aproxima o rosto do dele e diz que nada daquilo importa. Ela sabe que ele não é um traidor. Não pede explicações, justificativas, apenas sente no fundo do seu coração que o seu amado não é um traidor. Mesmo sem saber o que ele fez, sabe que não foi traição. No entanto a curiosidade faz ela perguntar o que foi que ele fez. “Salvei a vida de cinco homens”, responde ele. “Como isso pode ser uma traição?”, ela fica surpresa. Depois pergunta quem eram esses homens. Depois que ele responde que eram emires, chefes mouros, ela fica surpresa e pergunta por que. Ele não sabe responder. Diz que no campo de batalha ele não via sua espada e sim a face da sua amada. Era como se o seu amor estivesse sendo o combustível daquela luta. Acha também tudo estranho. Parece que houve mesmo uma intervenção na consciência do herói. Ele tenta explicar, a cadeia de mortes e ataques de um lado e do outro... como quebrar essa seqüência macabra... pergunta se ela entende o que ele quer dizer. Não sabe, ela também está impregnada da cultura local, sempre houve guerra entre cristãos e mouros, não sabe o porquê ele fez aquilo. Poderia ser procedente a acusação de traidor para o seu namorado, mas seu coração não permite. Como pode uma coisa que teve a energia do amor de ambos ser negativa? Enquanto ouve a voz do amado a falar de paz, o vozerio do salão principal pedindo a morte dele chega até eles.
No salão principal, na frente do rei, o julgamento continua. O pai de Ximena, Conde de Oviedo, acusa Rodrigo de traidor; o pai de Rodrigo, Don Diego, vem até a frente e diz que ele mente. O Conde de Oviedo diz que nenhum homem o pode chamar de mentiroso. Don Diego eleva a voz e volta a dizer que ele é mentiroso. Recebe um tapa no rosto com as luvas do Conde de Oviedo. O drama está formado.
Rodrigo vai à procura do Conde de Oviedo e roga para que ele reponha a honra do seu velho pai. O conde diz que não pode e aconselha que vá para casa. Mas Rodrigo está determinado. Diz que não pode sair dali sem a recuperação do seu pai. Com a espada desembainhada pergunta: pode um homem viver sem honra? Não! É a resposta é a resposta do conde. E a luta esganiçada tem início. Termina com o ferimento fatal que Rodrigo provoca no pai de sua noiva. Este cai chamando o nome da filha. Quando ele é reconfortado pela filha nos seus últimos momentos, pede que ela o vingue como um filho homem faria. Nesse momento Rodrigo sai da penumbra onde estava e o olhar de Ximena agora não expressa amor. Mesmo assim algo resiste dentro deles. Nenhum tem condições de dizer que não ama mais o outro. Ximena diz que vai ser digno dele, que vai aprender a odiá-lo. Fica aí uma promessa que deixa no ar uma incerteza. Será possível que um amor tão belo pode se transformar em ódio?
Nesta época os reis cristãos brigavam por questões de limites e como o campeão do rei havia sido morto por Rodrigo, este pediu ao rei a honra de representá-lo em combate. Coloca ainda que havia sido acusado de traidor, e de outras coisas... essas reticências foram dirigidas a Ximena que sabia o que somente ela sabia o que ele queria dizer. Disse que se fosse culpado, que a lança do seu opositor fosse dirigida ao seu coração, mas se fosse inocente, que ele fosse o seu escudo. Na indecisão do rei, a opinião de sua filha, Uraca, foi decisiva: “deixe-o que lhe represente pai, ele tem muito por que lutar”.
No momento da luta Ximena pede para que o opositor de Rodrigo use a sua cor, que é o negro, e que vingue a morte do seu pai. Rodrigo ouvia tudo impassível. Uraca disse que o representante do seu pai não poderia entrar em combate sem as cores de uma dama e ofereceu as suas. Rodrigo recebeu e agradeceu de forma educada. Enquanto as mulheres evitam se olhar, cada uma com um mundo de pensamentos diferentes, Rodrigo faz uma oração antes do combate: “Deus todo-poderoso! Agora chegou a hora da minha provação. Julga-me e deixa que todos os homens saibam da minha culpa ou da minha inocência”. Demonstra assim, que até neste momento crítico, ainda havia confusão em sua consciência, se tudo aquilo que havia feito até aquele momento fora correto ou não.
Uraca provoca Ximena: “acha que Rodrigo vai ser morto?”. Ximena titubeia, fica confusa, mas consegue responder: “Eu espero que morra!”.
As trombetas tocam e os cavaleiros avançam um em direção ao outro com suas lanças em riste. O príncipe Alfonso, claro simpatizante de Rodrigo, vibrou quando ele resistiu à primeira carga de Don Martin. Mas continuou resistindo até que foi derrubado na quarta carga. Daí ele passou a ser severamente fustigado por um mangual medieval, um tipo de maça com uma bola metálica e saliências pontiagudas para favorecer a penetração na armadura. Parecia que Rodrigo estava irremediavelmente perdido. Caído no chão, com pouca proteção do seu pequeno escudo que numa das investidas o mangual o fez saltar fora do seu controle. Sua saída foi pegar a sela do seu cavalo e com ela provocar a queda do outro cavaleiro e também a usar como escudo frente as investidas com a espada que agora sofria. Mas conseguiu pegar sua espada e ainda com a sela servindo de escudo passou a se defender e atacar, e finalmente vencer o adversário. Ganhou a cidade de Calahorra para Fernando e Castela, o título de Campeador, o título de campeão do rei e o reconhecimento de que suas acusações eram infundadas. Devolveu o lenço de Ximena dizendo que sua cor não era mais o negro, mas ela rebate dizendo que enquanto o pai não for vingado sua cor será do mais profundo negro.
Don Garcia volta à presença de Ximena propondo uma emboscada para matar Rodrigo, já que ele se tornou tão perigoso que nenhum homem na Espanha será capaz de desafiá-lo. Ele quer o amor dela e ela que a vingança para seu pai. Mesmo sem dizer nenhuma palavra de aceitação, Don Garcia sai de sua presença consciente de que tem um trato.
Rodrigo recebe sua primeira missão militar na companhia dos príncipes. Ao sair pede ao rei que ao voltar, cumprindo um ritual de que, quem retira a proteção de uma dama assim ele mesmo passe a ser o protetor, pede a mão de Ximena em casamento, já que foi ele que matou o seu pai, o seu arrimo. O pedido pega de surpresa tanto Ximena quanto Uraca, que tudo escutam do alto de suas janelas. O rei concorda com naturalidade e rogando que haja um fim para esse ódio. O casamento será realizado no seu regresso.
A emboscada foi realizada, mas felizmente Rodrigo foi salvo pelos mouros que no passado ele libertara. Que ironia, ele falou para o amigo: traído por um cristão e salvo por um mouro. O traidor sabendo da sua morte iminente disse que a mulher que ele amava e que iria casar com ela, fora a mentora de tudo e que se entregou a ele com a promessa de sua morte. Na sua ira, Rodrigo arranca Don Garcia do seu cavalo, o joga no chão e levanta a espada para desfechar o golpe fatal, estimulado pelo príncipe que diz: mate-o! mate-o! ele nos traiu. A espada de Rodrigo paralisa no ar enquanto ele faz uma reflexão rápida e baixa sua espada. Não, deixe-o viver. O príncipe protesta e ele diz com vigor a frase célebre: “Breve você será rei e deve aprender. Qualquer um pode matar, mas somente um rei pode dar a vida”. Coloca a espada na sua bainha e diz: não quero mais sangue no meu casamento.
O casamento foi realizado. O sim de Ximena foi ansiosamente esperado, por um tempo excessivamente longo, onde toda uma tensão existia no ar. O clima de frieza entre os dois permanecia. O silencio, as palavras monossilábicas... os convidados, sem jeito se retiravam. Quando estão sós ela diz que, já que são marido e mulher tem uma coisa que ela precisa dizer. Ele diz que existem coisas que não se devem dizer, nem entre marido e mulher, que existe espaço entre eles para alguns fantasmas. Rodrigo mostra a grandeza do seu caráter, a dimensão do seu amor. Mesmo que sobre ela paire a acusação tão grave de ter se entregado a outro, de ter combinado a sua morte, mesmo assim ele respeita e ama aquela mulher a ponto de viver com ela e esses fantasmas. Mesmo assim ela confessa que planejou a morte dele junto com o traidor. Rodrigo tudo ouvia impassível. Suas emoções controladas ao máximo por meios que talvez nem mesmo ele soubesse. Amor? É a única justificativa, é o único elemento com tal força para segurar tão fortes emoções.
Ela se retira da sala e ele continua em pé, calado, imóvel. Todo o preparativo para a lua de mel que suas empregadas faziam, não tinha o menor encanto. Que passaria na cabeça dela? Ainda a ânsia de vingança? Que situação tão dolorosa para duas pessoas que se amam e separadas por sentimentos tão diversos. Enquanto ele no salão medita sobre sua situação, ela no quarto já preparada para o leito nupcial, também medita na sua condição. Ele vai até o quarto, mas existe uma muralha entre eles. Tenta ainda a beijar, mas ela recua e confessa que aceitou o casamento, pois entendia que seria a única forma de ter uma oportunidade de se vingar. Disse ainda que ele tinha o direito de a possuir enquanto marido, mas nunca teria dela o amor de uma mulher. Ele se aproxima dela e apenas diz: talvez magoamos um ao outro demais. Dá um leve toque em seu rosto e se retira do aposento.
O rei Fernando morre e os filhos passam a se digladiar em função da herança. Rodrigo decide ficar longe dessa disputa, não aceita que haja tal disputa entre irmãos. A ameaça de morte que paira sobre eles que aconteça sem a sua participação. Sanches e a irmã ficam escandalizados ao ouvir palavras tão duras de Rodrigo, que eles consideram um vassalo da corte, do rei, e portanto deles.
Uraca planeja uma armadilha para Alfonso e este é assassinado na calada da noite. Rodrigo mata o assassino e suspeita que os irmãos foram os mandantes. No momento da coroação de Sanches como rei, Rodrigo exige que esse jure sobre a Bíblia a sua inocência. Foi outro momento forte do filme. Ninguem jamais poderia supor que essa cena fosse realizada. Rodrigo forçando o juramento de um rei sobre a Bíblia, de que ele não planejou, não incentivou, não tomou parte na morte do irmão e que se tal aconteceu, que ele tivesse o mesmo tipo de morte, assassinado pelas costas por outro traidor. Depois que o rei forçado fez todo o juramento e disse amém, aí se ajoelhou frente ao rei e beijou sua mão. O rei retirou a mão de forma ríspida e Rodrigo saiu da assembléia sabendo que havia construído um forte inimigo. Uraca tudo observava calada, fervendo de ódio por aquela situação. Ximena também assistia calada, observando a fibra que existia dentro do homem que ela não sabia odiar, mas que sabia que o amava profundamente.
O rei logo publicou um decreto exilando Rodrigo do Reino, sem homens e sem armas, todas suas propriedades e privilégios foram passados para a coroa e todos os vassalos do rei, em qualquer ponto do reinado, estavam proibidos de ajudá-lo de qualquer forma ou mesmo falar com ele. Assim Rodrigo foi embora sozinho, arrastando atrás de si apenas uma mula com alguns pertences.
Daí começa a lenda. Encontra no caminho um leproso com sede e dá-lhe de beber do seu cantil. Ele agradece e o chama de El Cid. Depois que Rodrigo fica curioso dele saber o seu nome, o leproso diz que há somente um homem em toda a Espanha capaz de humilhar um rei e dar de beber a um leproso do próprio cantil. Ao se despedir o leproso deseja que ele seja feliz e a sombra da cruz que ele carrega mais uma vez cobre o corpo de Rodrigo. É nesse momento que Ximena chega e pede perdão. Pergunta se ele quer levá-la consigo e ele diz que não tem mais para onde a levar. Ela diz que se estiverem juntos jamais terão um deserto e que ela o ama. Neste momento Rodrigo sente durante o beijo que trocam, que recuperou a mulher amada. Pergunta ainda para ela se sabe o que arrisca vindo com ele. Ela diz que, como o seu homem não é um homem qualquer, sua vida também não será uma vida qualquer.
Ambos passam a caminhar sozinhos pela amplidão da Espanha. Ao chegar num poço d’água localizado num rancho, ao começar a tirar a água para beberem, uma criança chega e os reconhecem. Diz que sua família terá as mãos decepadas se os ajudarem; que “eles” têm olhos por toda parte... nesse momento Rodrigo para o movimento de dar a água para Ximena e retorna o líquido para o poço. Mas logo a criança complementa que os seus pais também disseram que se eles caminhassem devagar, logo iria escurecer e ninguém iria ver eles chegando até a cabana onde seus pais lhe acolheriam.
Assim foi feito. Deitados sobre o feno e abraçados um ao outro, eles se sentem felizes como nunca, por se sentirem pertencentes mutuamente, fazem planos de vida comum, com uma casinha simples, quintal... Fazem uma oração de agradecimento por terem se encontrado.
Mas surpresa! Ao saírem do casebre que os acolheu, uma multidão de cavaleiros vieram se juntar a ele e que se consideravam também exilados. Todos bradavam em uníssono “QUEREMOS EL CID! QUEREMOS QUE ELE NOS COMANDE! VIVA EL CID!”
Os protestos angustiados de Ximena, que ele já fizera o bastante, que não podiam exigir isso dele, eram abafados pelo burburinho.
E partem todos juntos pela Espanha.
Devido a ameaça dos mouros, o rei Sanches chama Rodrigo até a corte e o convida a lutar. Rodrigo leva seus aliados muçulmanos, mas o rei rejeita a ajuda e a estratégia de Rodrigo de tomar primeiro Valença. Os reis muçulmanos se retiram da corte seguidos por Rodrigo, sob a ameaça do rei que os considerará como inimigos se ele não se juntar ao rei na batalha.
Enquanto Rodrigo com seus amigos muçulmanos sitiam Valença, o rei perde a batalha em outro campo. Como vingança o rei prende Ximena e suas filhas no calabouço. Quando Rodrigo já parte com seus cavaleiros para enfrentar o rei, Ximena é libertada do cativeiro por Don Garcia. Ele se reconcilia com Rodrigo e ambos voltam com os cavaleiros para a tomada de Valença. Rodrigo assegura ao povo da cidade que não quer os atacar, que quer trazer-lhes vida e joga pães para os cidadãos de Valença que estão abatidos pela fome. Esses terminam por se revoltar contra os soldados e abrem as portas da cidade para Rodrigo e seus cavaleiros. Esses entram na cidade aclamados pelos habitantes. Toma a coroa da cidade e apesar de todos os conselhos contrários, ele declara que tomou a cidade em nome do Rei Alfonso. Envia a coroa para o rei que pensa que ele quer algo em troca. Fica ainda mais surpreso quando o mensageiro diz que não há nenhuma condição, El Cid não pedira nada, mas ele sim, ele pede. Pede ajuda para defender Valência. Uraca reage com arrogância e diz que não enviará ajuda nenhuma. Mas o rei percebe afinal que tem de ter dignidade para o cargo que ocupa.
Enquanto isso em Valência as forças de El Cid estão sofrendo a ofensiva de Bem Yossuf que pretende dominar toda a Espanha. Os soldados de negro dominam toda a orla da praia se confundindo com as areias. A luta será portentosa. Os invasores são numericamente superiores. El Cid é ferido com uma flecha no peito. Volta amparado para a cidade. O ferimento é mortal. Mas a luta não pode parar. El Cid dá ordens para fazer os preparativos para novo ataque no dia seguinte. Ele não pode esperar. Se a flecha não for retirada ele morrerá. Se for retirada ele não pode comandar o novo ataque. Ele conversa com Ximena e explica que não pode ser diferente, os soldados esperam o líder na batalha, eles perderão moral se não o encontrarem na batalha junto com eles. Faz entender que a flecha não seja removida e que ele se prepare para a batalha.
Os inimigos por outro lado, divulgam entre eles que El Cid está morto. Isso faz com que os soldados invasores elevem a moral, pois acham que os soldados espanhois não lutarão sem o seu líder. Do outro lado é dito que El Cid está vivo e que lutará no dia seguinte. Enquanto isso El Cid agoniza. Mas quando é dito que o povo não acredita que ele esteja vivo, ele se esforça ao máximo e se dirige para as muralhas e promete ao povo, surpreso, que no dia seguinte cavalgarão juntos. Volta para o leito e esse esforço foi decisivo. Suas forças estão fugindo, a morte está chegando. Pede a Ximena que prometa que no dia seguinte, morto ou vivo ele esteja cavalgando em seu cavalo.
Nesse momento crucial o rei chega a Valença. Vai até o leito de Rodrigo e pede perdão e se ajoelha ao seu lado. Rodrigo num esforço pede para o rei não se ajoelhar diante de ninguém. Reconhece que não fracassou, que a Espanha tem um verdadeiro rei. Mas são seus últimos momentos. Chama Ximena e pede para que ela veja pela última vez e que guarde na memória ele cavalgando ao lado do seu rei.
El Cid sai dos portões, majestoso em seu cavalo, empunhando uma bandeira, sem dizer uma palavra, a sua figura imponente assustou os adversários e os empurrou mar adentro. A guerra santa estava vencida pela figura venerada de El Cid, que mesmo sem vida, garantiu a vida livre da Espanha.