A Filosofia de Alice no País das Maravilhas
A Filosofia de Alice no País das Maravilhas
Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado, depois de termos assistido o filme de Tim Burton.
O pai de Alice é um idealista, acreditava que o impossível podia ser possível, bastava acreditar. Quando nos tornamos adultos, esquecemos qualidades da infância e juventude, como a candura e o espírito aventureiro, respectivamente. Dizem que um sábio volta a ser criança, na candura e simplicidade (e não no excesso de ingenuidade), mas tem a experiência de vida de um ancião. O filme aborda o símbolo das máscaras, que é nossa personalidade, e nossa sobre máscara, que é o que a sociedade nos impõe. No início do filme as pessoas em volta tentavam tomar as decisões da vida de Alice, e era necessário ela seguir o coelho e entrar na toca do coelho, entrando assim no submundo mágico da consciência, com o objetivo de conhecer a si mesmo. A sabedoria é representada pelo filme pelo oráculo lagarta, que futuramente viria a ser uma borboleta.
Destino existe? Será que não somos nós que fazermos nossos destinos? Pois bem, é quem acredita que podemos construir nossas vidas independente de crermos ou não em destinos, são esses que na verdade estão construindo um destino que já está pré-escrito. Só falta caminhar. Como diz Morfeu a Neo no filme Matrix: “Com o tempo você perceberá que existe uma diferença em conhecer o caminho, e trilhar o caminho.” Quando trilhamos nossos caminhos, as coisas podem não sair como o planejado. É quem acredita que podemos escrever nossa história, que cumprem um dever maior, que está a sua espera. A espada, a guerreira, a missão: quando esses 3 elementos aparecem, tudo é possível. O universo conspira a nosso favor quando tomamos decisões que nos fazem seguir nosso destino, o escrevendo no aqui e agora e se atendo ao presente, pegando o melhor do passado e antecipando o futuro. Construirmos um futuro criando o novo. E como nos contos de fada, essa história tem um final feliz. Para provar que existe felicidade também no fim da jornada.
Quando ela, Alice, perde o que no filme “Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance)” chama de ginga, que é uma expressão brasileira para o jogador de futebol que tem o gingado, aquilo que lhe é próprio, que o define em campo, que o torna único... Então, quando se perde esse gingado, ficamos a ver navios. E Alice tem que recuperar essa ginga, que é seguir seu coração, ter coragem. Alice perdeu o “entusiasmo” que traduziria bem o que quer dizer ginga, e etimologicamente entusiasmo quer dizer: “cheio de Deus”. A busca pela espada, que simboliza a vontade, tem papel crucial na sua história. Essa vontade, a espada, estava presa no lado do mal, e quando Alice resgata a espada, a usa em nome do bem, em nome da rainha branca. Note que no filme quando as pessoas tomam as decisões por Alice, ela está bem pequena, e quando ela toma a decisão de ir ao castelo da rainha vermelha, ela se torna uma gigante que consegue amansar um animal selvagem furioso e recuperar a espada. Inicialmente ela foi movida pelo espírito humanista e vai ao castelo da rainha vermelha em nome da amizade que tem com o chapeleiro.
Quando Alice ver que só ela pode matar o dragão, ela vai de encontro com seu destino. Quando ela vai se consultar com o oráculo, e ver que ela precisa saber quem ela é, ela pega em armas e vai a luta, e vence, mas mesmo se não vencesse, como pregava os viking, que festejavam uma batalha independente de ter vencido ou não, eles diziam: “Não é a derrota e não é a vitória que nos pertence, mas sim a luta.” Depois que o bem vence, Alice ver a necessidade de voltar a seu mundo na Inglaterra, e dar respostas. A transformação dela não foi um sonho, foi real. Ela volta para seu mundo e encarna o espírito aventureiro do seu pai, um idealista, que são como cristais: brilham, mas se quebram com facilidade, e a filosofia vem para proteger esse ideal. Onde a filosofia é ensinada pelos personagens; afinal, vivemos em sociedade para um aprender com o outro. O filme se baseou no livro de mesmo nome do filme.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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