RESENHA "PLANETA DOS MACACOS - A ORIGEM"

O filme "Planeta dos Macacos - A Origem" foi produzido pela Fox Film e apresenta um elenco pouco famoso para o público brasileiro, em que o único ator razoavelmente conhecido é James Franco, o Harry de "Homem-Aranha". A película narra os acontecimentos anteriores à original, quando um experimento desencadeou a revolta símia contra as regras humanas. Em “Planeta dos Macacos – A Origem”, a trama gira em torno de César, um chimpanzé dotado de grande inteligência por ter herdado da mãe as propriedades de uma droga inicialmente testada com o propósito de combater o mal de Alzheimer. Ocorre que a doença afeta o pai de um dos funcionários do laboratório que fabrica a droga, que é também o dono de César. Os anos passam e a capacidade de raciocínio do animal agiganta-se, originando a nova ordem primata já retratada nos filmes anteriores.

A narrativa do filme é agradável, por ser dinâmica, concisa e não apresentar pequenas tramas paralelas. Significa dizer que não há momentos de monotonia, já que a trama “vai direto ao ponto” e ao mesmo tempo apresenta ao telespectador todas as nuances da criação do chimpanzé César. E dessa vez, os macacos realmente se parecem com animais reais, diferentemente dos bizarros humanóides dos filmes anteriores. Um ponto impressionante é a expressividade de César: os efeitos são convincentes, fazendo com que o animal pareça claramente estar feliz, chateado ou indiferente. É uma expressividade que confere credibilidade à inteligência do personagem. Em pouco tempo de filme, o telespectador identifica-se com as percepções do animal e o seu propósito.

“Planeta dos Macacos – A Origem” é um filme excelente e mesmo superior aos anteriores. Evidentemente, é uma nova metáfora das conseqüências que os experimentos humanos podem causar à natureza. É importante lembrar também que, historicamente e cientificamente, o homem identifica no símio o animal mais próximo de sua imagem, o que é um artifício tão usado no cinema quanto o que mostra a intimidade entre humanos e cães. Neste filme, mesmo que César revolte-se contra a espécie que o concebeu, ele não se desfaz do vínculo de amizade com o homem que o criou, o que certamente confere ao chimpanzé uma ética humana. A receita do filme é esta: mostrar como a natureza não é submissa aos caprichos do homem, mas também atribuir a ela valores que nós consideramos fundamentais à vida.

“Planeta dos Macacos – A Origem” não é somente um bom filme de ficção científica com efeitos especiais bonitos. É uma releitura sobre as ações humanas na natureza e de que forma elas podem acarretar conseqüências, às vezes irreversíveis.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 13/09/2011
Reeditado em 28/06/2012
Código do texto: T3216775
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