DOCUMENTÁRIO: "OS MORTOS ANDAM"
O documentário em vídeo “Os mortos andam” é um trabalho de conclusão de curso, apresentado na aula de Teoria do Jornalismo pelo professor Tomás Eon Barreiros. É na realidade um mockdocumentary, termo anglófono que poderia ser traduzido como “documentário de mentira”, ou “documentário de brincadeira” ou mesmo “documentira”, para os mais criativos. Trata-se de uma série de reportagem sobre os zumbis, incluindo uma entrevista com um cientista sobre o vírus que as criaturas transmitem, outra entrevista com uma guarda municipal sobre que medidas tomar caso tenha problemas com eles e até mesmo a existência de uma ONG anti-zumbis. O mockdocumentary é ambientado na cidade de Curitiba e, ao que parece, utiliza recursos do Jornalismo com o objetivo de provar a existência de algo. Ao fim do vídeo, o telespectador tem a impressão de que a mídia tem o poder de transformar qualquer coisa em verdade, e por mais absurdo que um tema possa parecer, os meios utilizados pelos jornalistas são o suficiente para torná-lo crível. O zumbi é um personagem lendário, mas a narrativa dá a impressão de que ele existe.
Como se poderia esperar de um vídeo estudantil, os efeitos especiais são mambembes, ainda que aparentemente o objetivo do documentário não fosse exibir beleza gráfica. Mas de qualquer forma, isso traz um ar de maior comicidade ao vídeo, o que não combina com a forma como os acontecimentos são narrados. O telespectador poderia questionar: é para ser engraçado? Não pela forma como o vídeo começa, mas o seu desenrolar traz essa dúvida. Mesmo assim, o humor contido neste mockdocumentary é ínfimo.
No conjunto, “Os mortos andam” é um filme triste. Triste de assistir. Ainda que cumpra o seu papel, a narrativa é pobre e tediosa. Não é difícil bocejar durante a execução do vídeo. Os efeitos visuais são toscos e o som é, talvez, o único fator positivo. Como trabalho acadêmico, “Os mortos andam” sabe mostrar para a platéia uma impressionante faceta do Jornalismo. Todavia, como vídeo, é insosso, não oferecendo o menor entretenimento.