Resenha - O tempo que resta

"Quero dizer que te amo, que estou muito doente. Vou morrer!" - Declara Romain a um espelho.

(Essa é uma frase e uma cena chave do filme.)

“O tempo que resta”, é definitivamente um filme para mexer com os sentimentos dos espectadores. Um “prato cheio” para os cinéfilos.

Com uma trama envolvente, triste e emocionante, Romain nos leva a uma viagem antes de partir.

Tratando de temas “espinhosos” de forma nada burocrática, o filme faz questão de elucidar seus porquês. Nem todos na verdade. Alguns ficam por conta de quem assiste, mas temas como os sonhos, a vida em si, o homossexualismo, as relações humanas, o egoísmo e as coincidências – reais.

De forma egoísta, seca e indiferente, Romain faz questão de tratar seus próximos após descobrir que tem um câncer. E vai se despedindo de forma “simples”, sem cerimônia nenhuma (em cenas cotidianas), dos seus próximos sem revelar sua fraqueza, sua falta de coragem. A única a ficar sabendo é sua avó, que diz estar no mesmo patamar que o neto, mas que tenta encorajá-lo - totalmente em vão.

Ao longo do filme, passagens do passado vêm à tona, relembrando o passado “ruim” de Romain, que comparado ao seu presente e ao seu futuro próximo, revela-se cheio de boas lembranças. E é nesse passado que Romain encontra um menino nas suas lembranças e ao longo de toda sua trajetória. Mas a presença de tal é misteriosa, até que Romain percebe que o garoto é apenas uma lembrança do que foi sua infância, e do que poderá ser seu futuro.

Numa cena em que Romain está dentro de uma igreja, ele vê esse tal garoto e presencia uma cena em que outro garoto beija o outro garoto no rosto. Romain se emociona e vê que ali está seu passado que já não voltará mais.

Mas seu futuro mesmo vem de uma conseqüência. Após Romain marcar um encontro com Sasha – após o término do namoro, ele pede que os dois tenham uma última noite de amor, sem revelar a Sasha seu segredo, mas o pedido é negado. O último gesto é um simples aperto de mãos e o toque da mão de Sasha sobre o coração de Romain, o que o faz tomar uma decisão drástica, capaz de mudar sua vida e a de outras pessoas também.

Coincidência ou não, no final, Romain encontra-se novamente com o tal garoto na praia. Um encontro talvez decisivo.

Comentário

O tempo que resta a você, pode não restar ao outro. Nem sempre a sorte está do nosso lado. Vale à pena assistir esse filme. Uma lição de vida, com cenas marcantes e fatos que podem acontecer a qualquer ser errante.

Romain é apenas a personificação de muitos seres...

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 04/09/2011
Reeditado em 04/09/2011
Código do texto: T3199639
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