MELANCOLIA
A que ponto somos influenciados pelo medo de uma tragédia? Especialmente as que vêem do espaço tão propaladas nos dias de hoje?
Durante oito minutos e ao som de Tristão e Isolda de Wagner ,duas mulheres temerosas e angustiadas vivem a ameaça real do fim do mundo.
Para o espectador ficaram cenas de uma beleza sublime quase nunca vistas nas telas.A angústia nos contagia,o desespero nos envolve,mas,de um modo sutil,muito longe dos “ takes” de cinema catástrofe hollywoodianos.
Se nos fosse permitido comparar as cenas iniciais e finais não seria ocioso dizer que ficariam bem nas melhores galerias de arte do mundo.
Kirsten Dunst vestida de noiva boiando entre a vegetação de um riacho ou andando numa floresta arrastando penosamente atrás de si um emaranhado de redes que a prendem.
Charlotte Gainsbourg,alucinada,caminhando com os pés virados para trás carregando uma criança ao colo.Ou os três personagens estáticos diante de um castelo olhando para duas luas,a nossa conhecida e a outra,o gigantesco planeta Melancolia que vem de mansinho,destruir a terra.
O extraordinário diretor Lars von Trier não se importa de alertar o público que está antecipando o desfecho do filme. Mas, ele tem um propósito:mostrar que não está preocupado com o fim do mundo e,sim,com o comportamento das pessoas diante do final.
O filme parece dois,pois é dividido em duas partes,a primeira “Justine”,onde mostra uma rica festa de casamento em que,apesar da pompa e circunstância as fissuras da família e dos amigos vão se revelando na forma de uma mãe amarga e descrente e um pai simpático,mas ,irresponsável.E ela própria,Justine,ostentando uma felicidade que está longe de possuir.
Parece que o movimento gravitacional do planeta faz vir a tona todas essas misérias da vida cotidiana, tornando real a fala da mãe de Justine, “a terra merece acabar,não existe gente boa nela”.Verdade verdadeira,pois,o próprio diretor da fita provou dessa amargura e desse preconceito devido a uma declaração dada em Cannes.
Exorbitada no seu tamanho e incessantemente veiculada pela mídia o resultado é que o filme está sendo boicotado em diversos países ,provando o que gente inteligente já percebeu:vivemos uma ditadura ,onde o direito de pensar é cerceado a todo momento e a liberdade de expressão só é legitimada quando interessa aos donos do mundo.
A segunda parte,” Claire”, nome da irmã de Justine,mostra o fortalecimento de Justine,diante do aniquilamento e Claire ,a irmã tão forte e dona da verdade,desaba; mas,a gente entende,Claire é feliz,tem um filho e ama a vida.
Apesar do boicote dos poderosos o filme vence barreiras e preconceitos e mostra que “Melancolia” é um dos mais belos trabalhos cinematográficos já exibido nas telas desde que os irmãos Lumiére inventaram o cinematógrafo,precursor do cinema.
Essa estória compassiva,poética,dolorosa e pungente sobre a mortalidade sempre pendendo sobre as nossas cabeças , estará sempre no nicho das maiores obras de arte do mundo.
E o tempo desagravará seu diretor como aconteceu com Galileu Galilei, Sir Thomas Morus e muitos outros , vítimas da prepotência e ignorância humanas.
A que ponto somos influenciados pelo medo de uma tragédia? Especialmente as que vêem do espaço tão propaladas nos dias de hoje?
Durante oito minutos e ao som de Tristão e Isolda de Wagner ,duas mulheres temerosas e angustiadas vivem a ameaça real do fim do mundo.
Para o espectador ficaram cenas de uma beleza sublime quase nunca vistas nas telas.A angústia nos contagia,o desespero nos envolve,mas,de um modo sutil,muito longe dos “ takes” de cinema catástrofe hollywoodianos.
Se nos fosse permitido comparar as cenas iniciais e finais não seria ocioso dizer que ficariam bem nas melhores galerias de arte do mundo.
Kirsten Dunst vestida de noiva boiando entre a vegetação de um riacho ou andando numa floresta arrastando penosamente atrás de si um emaranhado de redes que a prendem.
Charlotte Gainsbourg,alucinada,caminhando com os pés virados para trás carregando uma criança ao colo.Ou os três personagens estáticos diante de um castelo olhando para duas luas,a nossa conhecida e a outra,o gigantesco planeta Melancolia que vem de mansinho,destruir a terra.
O extraordinário diretor Lars von Trier não se importa de alertar o público que está antecipando o desfecho do filme. Mas, ele tem um propósito:mostrar que não está preocupado com o fim do mundo e,sim,com o comportamento das pessoas diante do final.
O filme parece dois,pois é dividido em duas partes,a primeira “Justine”,onde mostra uma rica festa de casamento em que,apesar da pompa e circunstância as fissuras da família e dos amigos vão se revelando na forma de uma mãe amarga e descrente e um pai simpático,mas ,irresponsável.E ela própria,Justine,ostentando uma felicidade que está longe de possuir.
Parece que o movimento gravitacional do planeta faz vir a tona todas essas misérias da vida cotidiana, tornando real a fala da mãe de Justine, “a terra merece acabar,não existe gente boa nela”.Verdade verdadeira,pois,o próprio diretor da fita provou dessa amargura e desse preconceito devido a uma declaração dada em Cannes.
Exorbitada no seu tamanho e incessantemente veiculada pela mídia o resultado é que o filme está sendo boicotado em diversos países ,provando o que gente inteligente já percebeu:vivemos uma ditadura ,onde o direito de pensar é cerceado a todo momento e a liberdade de expressão só é legitimada quando interessa aos donos do mundo.
A segunda parte,” Claire”, nome da irmã de Justine,mostra o fortalecimento de Justine,diante do aniquilamento e Claire ,a irmã tão forte e dona da verdade,desaba; mas,a gente entende,Claire é feliz,tem um filho e ama a vida.
Apesar do boicote dos poderosos o filme vence barreiras e preconceitos e mostra que “Melancolia” é um dos mais belos trabalhos cinematográficos já exibido nas telas desde que os irmãos Lumiére inventaram o cinematógrafo,precursor do cinema.
Essa estória compassiva,poética,dolorosa e pungente sobre a mortalidade sempre pendendo sobre as nossas cabeças , estará sempre no nicho das maiores obras de arte do mundo.
E o tempo desagravará seu diretor como aconteceu com Galileu Galilei, Sir Thomas Morus e muitos outros , vítimas da prepotência e ignorância humanas.