Irreversível (Irreversible, 2002, Gaspar Noé)
Irreversível – Qualquer filme com Mônica Belluci eu corro para ver. Ela é uma atriz que além de ter os dotes físicos estupendos, consegue passar muito através de suas interpretações. Para quem viu Malena e Matrix Reloaded consegue perceber a versatilidade dessa atriz.
Mas deixemos Mônica de lado e vamos ao Irreverssível. Este filme é polêmico e muitas opiniões discutem se é uma grande obra ou um pedaço de vulgaridade explicita sem razão. O filme se passa mostrando o motivo da vingança do protagonista. Digo que ele mostra o motivo pois o filme é de trás para frente, etilo Memento(Amnésia). Então logo no início vemos a vingança cruel que é cometida. E aos poucos o filme vai regredindo. Abrindo os personagens, mostrando quem são realmente eles. E no final do filme, na verdade o começo vemos o que estava por trás de tanta ira no começo.
O fato do filme se passar de trás para frente não representa grande ajuda ao roteiro que por si só é coeso e monta muito bem as situações para que sejam entendidas em sua forma escolhida. Outra coisa que deixa o espectador confuso é a câmera que fica rodopiando e não para um segundo nos primeiros minutos do filme, o que aparentemente representa o estado de agonia que os personagens se encontram, já que no fim do filme e conseqüentemente o início da historia a câmera é linear e bem tranqüila assim como os personagens dentro dela.
Sei que pessoas não acostumadas com filmes exóticos não vão gostar do filme, e ainda mais, podem chegar a odiá-lo. Uma pena pois o tratamento de personagens é realmente maravilhoso. Um estudo sobre a nossa natureza mais básica. Mais cruel e mais aparente.
Sei que posso estar exagerando mas é por aí que o filme roda. É bom porque é mau e incomoda até a última cena na qual temos a reviravolta (meio manjada devido ao que vai acontecendo) mas que para quem entra no clima do filme, dá um arrepio e arranca algumas lágrimas dos mais sensíveis.