HQtrônica: “ Ariadne e o Labirinto Pós-humano”, da trilogia do Quadrinhista Edgar Franco.
Todas as manifestações da arte, a partir da ativação do princípio criativo do cérebro ao longo dos tempos, estão intrinsecamente ligadas à um insight particular, a uma experiência “self” de dimensões apenas sondáveis, porém, não verdadeiramente decifráveis por completo, no âmbito das crenças, valores pessoais e concepções de fé e espiritualidade dos seres humanos.
Este insight particular, movido pela exposição às ondas criativas e equivalentes de outros seres, podem se aliar a um processo de criação coletivo, fornecendo conteúdos de sintonia perfeita no processo criativo dos envolvidos. E estas manifestações, trazidas para o contexto da aceleração contínua da mente nos processos criativos da atualidade, ganham corpo, forma, e singularidade, totalmente voltados ao pensamento humano sobre a possibilidade pós-humana que tramita nas mentes, repletas de questões novas, e com novas possibilidades de expressão.
Falando em Arte tecnológica Futurista, aliando conceitos e descobertas ou semi-descobertas modernas de variáveis complexas, como o Ciberespaço e seu universo de Ciborgs, a transgênese, e a criogenia, é possível veicular informações sobre pensamento filosófico- futuristas, que remetam a um processo criativo de questionamentos e dúvidas que permeiam a consciência da humanidade. E esta manifestação de Arte indagadora, pode ser transferida para representações totalmente imagéticas, situadas, inclusive, numa dimensão imaterial.
“Ariadne e o Labirinto Pós-humano”,- que apresenta inúmeras possibilidades de decisão para a resolução de um sentimento eterno, no caso o amor de Ariadne por Max, numa dimensão futurista, mostra também, a eternidade dos questionamentos sobre a fé e a divindade próprios e a necessidade de se assegurar a imortalidade da alma que acompanha os seres humanos.
A transformação do homem em Ciborg indestrutível e eterno, com gravações de sua personalidade e consciência em um chip, garantindo a imortalidade e a percepção completa de si mesmo; A transgênese, ou a recriação na forma de um ser mitológico, portanto, imortal para a consciência coletiva, também preservando a concepção de si mesmo; A Criogenia, como forma de se preservar do aniquilamento por completo e poder esperar a eminência de novas possibilidades para o futuro; Ou mesmo, a eternidade da condição humana, com a crença inabalável do não extermínio, remete de forma categórica aos conflitos existenciais de preservação da vida.
No entanto, esse Universo de possibilidades continuará como um labirinto transcendental, já que o “self”, ou o contato pleno com o “eu interior”, será sempre uma descoberta particular, e daí, suas necessidades de criação e de autopreservação vão obedecer a questionamentos únicos de cada ser.
Nesse sentido, o Quadrinhista expõe o labirinto da dúvida sobre qual caminho percorrer, sem que esta escolha interfira apenas no sentimento eterno do amor, compartilhado por todos os seres humanos, e que o sentem como parte integrante de sua essência Divina.