Produção de um filme

Um resumo dos procedimentos básicos para a realização de um filme ou video

A rotina de uma produtora de filmes no Brasil, assemelha-se ao de um escritório qualquer. Atendimento, Captação de recursos, secretárias, assistentes administrativos (que na prática de um filme, chamam-se de assistentes de produção), boys etc.

Nos arquivos e gavetas, existem idéias, argumentos, roteiros, livros, este último recurso, pode ser usado como fonte de inspiração para uma obra audio-visual, como por exemplo “Dona Flor e seus Dois Maridos”, de Jorge Amado.

O produtor pode ser um profissional fixo de uma produtora, como é o caso de um dono de sua própria empresa, ou um profissional liberal que é designado como tal para realizar um filme. O termo Produtor engloba todo esforço que este profissional faz no sentido de levantar recursos para a realização de uma obra cultural, seja ela audiovisual ou festivais de música. Nesta mesma categoria, existem co-produtores, produtores associados etc. Na realidade, em uma indústria desenvolvida de cinema, como é o caso dos EUA, existem diversos produtores para um mesmo filme,

Toda produção cultural seja ela audiovisual ou escrita, é cercada de mecanismos que a fazem deslanchar. No caso do cinema, uma idéia inicial, uma premissa, um argumento, é o embrião para uma jornada cheia de burocracia e lógica organizacional. A idéia pode sair de muitas coisas, o filme “Eu , Tu, Eles” por exemplo, foi tirado de uma nota no jornal.

O Produtor é aquele quem vai transformar uma premissa em um projeto audiovisual, aprovado pela lei e com caixa suficiente para bancar o filme.

No Brasil, como ainda é um mercado em desenvolvimento, o diretor muitas vezes sai sozinho em busca de um núcleo que compre sua idéia. O produtor executivo é quem lida com toda a contratação de equipe e acordos formais. Já nos EUA, existem estudios e equipes formadas, prontas para qualquer idéia rentável. Portanto, o Produtor é aquele que transforma uma pilha de papéis em um filme. Luiz Carlos Barreto é um Produtor que prima pela Literatura Brasileira, como por exemplo, os filmes que produziu: “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “Bela Donna ”, baseado em “Riacho Doce” de José Lins Rêgo.

O cenário atual da produção cinematográfica brasileira é de profunda transformação, a Globo Filmes está entrando no mercado e há até mesmo quem especule que o filme de película de celulóide vai ser extinto. No mundo do entretenimento, todos os recursos visuais são benvindos. Uma lição que todos devemos aprender é que há público para todos os gêneros, portanto é só escolher o que fazer.Quem quiser saber sobre edição digital, há um livro que se chama “Piscar de Olhos” de Walter Murch.

Os co - produtores são aqueles que podem agregar equipamentos e/ou serviços. A Quanta, locadora de maquinária e equipamentos de luz geralmente é associada a grandes produçoes. A Rio Filme, também oferece distribuição ou finalização, em caso de co-produção. A Petrobrás incentiva também diversos setores culturais. É uma permuta, um jogo de interesses. Merchandising também é um recurso usado em cinema, se por acaso virem uma marca de produto destacada em algum filme, é certo que a empresa tenha investido no mesmo. No filme “O Homem Nú” de Hugo Carvana, fica claro o uso de merchandising em várias sequências.

O Roteiro é o objeto o qual a produção toda vai se empenhar em reproduzir. Matéria prima de um filme, o roteiro pode ser escrito pelo próprio diretor ou pode ser encomendado a roteirista profissionais, como por exemplo Paulo Halm (Pequeno Dicionário Amoroso) ou Fernanda Young e Alexandre Machado, escritores da série televisiva “ Os Normais” e roteiristas do filme “ Bossa Nova”. Hugo Moss é um especialista em roteiros, ele possui muitos manuais e sites na internet. Jean Claude Carriére foi roteirista de clássicos como a “Insustentável Leveza do Ser” e “Discreto Charme da Burguesia”, com Luis Buñel. Aliás, seu livro “ Linguagem Secreta do Cinema” é obrigatório aos estudantes de cinema.

O exemplo do filme Bossa Nova é salutar no sentido da co-produção estrangeira. Porque na verdade o filme é falado grande parte em inglês,o que facilita a penetração no mercado internacional. Neste caso, o Produtor viabiliza seu produto de forma que possa agradar ao público nacional e internacional, é tarefa dele o planejamento de marketing e estratégia de exibição.

Nos EUA é muito comum vermos os nomes dos atores como Produtores, a ligação de sua imagem ao filme, pode render belos frutos para ambas as partes. Quem quiser saber como funciona mesmo a indústria do cinema americano, pode ver o documentário “ O show deve continuar” sobre a vida do ledário produtor hollywoodiano Robert Evans.

A Produção Executiva nada mais é do que o departamento que viabiliza a produção de um filme, depois de ter conseguido os recursos necessários para tanto. Este profissional é um executivo que sai com sua maleta para fechar parcerias e desembaraçar o processo do filme.

PREPARAÇÃO

Palavras chave: Captação de Recursos e formatação de projeto

Para encaixar um projeto cinematografico em uma lei de incentivo, é preciso de uma série de documentos que comprovem a veracidade da proposta e as condições da empresa. Como por exemplo currículo da produtora, do diretor, um cnpj, certidões negativas de dívidas, plano de filmagem, orçamento detalhado etc.. A nova agência do cinema brasileiro ainda vai elaborar o texto final de projeto de lei, portanto é preciso prestar atenção em quem está fazendo cinema nos dias atuais.Uma coisa é certa, o filme tem que ser viável, ou seja, que tenha perspectiva de rendimento.

Em caso de roteiro original, é preciso a comprovação de registro no MINC. Se for o caso de uma adaptação literária, os direitos deverão ser comprados do autor e é preciso encomendar a feitura de um roteiro técnico.

A formatação do projeto diz respeito a adequação do mesmo em qualquer edital. Regurlamente, o MINC lança editais a fim de contemplar jovens produtores/ cineastas, a formatação de projeto é justamente para encaixa-lo dentro das especificações.

A Ancine é um orgão de fomento e regulador da produção audio- visual no Brasil. Sediada no Rio de Janeiro, esta agência encaminha os projetos previamente aprovados para o MinC. Informações no site www.ancine.gov.br .

PRÉ – PRODUÇÃO

Palavras chave: Contratação de equipe e aluguel de equipamentos

O Produtor é quem viabiliza o filme como um todo, lida com o dinheiro, com os contratos, seguros, equipamentos e etc..

Na pré - produção é quando tudo é acertado para a filmagem, finalização(ou pós –produção) e distribuição. Um cronograma é estabelecido, e como pode ser considerado “metas” para uma empresa qualquer, o cronograma estabelece as datas previstas para a pré – produçao - produção / filmagem - pós produção/finalização.

São contratados profissionais especializados que tenham disponibilidade para trabalhar durante todo o tempo de filmagem, que podem variar entre 4 a 8 semanas, com cálculo de dias extras. Folgas remuneradas e salarios estabelecidos pelo STIC Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica. O salário é pago e calculado por semana. É possível acessar a tabela pelo site do STIC.

Depois de contratadas, as equipes prepararão suas listas de compras. Cada departamento tem sua própria lista de equipamentos e acessórios.

O departamento de arte começa sua pesquisa na pré-produção. São definidos cenários, figurino, objetos de cena. Imaginemos o trabalho desses profissionais em filmes como “ O último imperador” de Bernardo Bertolucci.

O diretor escolhe as locações, elenco e desenvolve sua decupagem. A decupagem é o modo que o diretor/ maestro vai usar sua criatividade, é sua partitura. A criatividade cinematográfia é a arte de contar bem uma historia, extraindo o melhor dos atores e com uma linguagem confortável aos olhos do espectador. Obviamente existem filmes que não têm esta proposta, mas se estamos falando de cinema que se pretende vender, é natural que as imagens sejam harmônicas, como uma orquestra. Portanto, a decupagem do diretor vai construir toda a narrativa de um filme, é ele quem escolhe os enquadramentos e movimentos de camera. A melhor forma de entender tais movimentos é prestar atenção nos filmes, cinema se aprende muito vendo cinema.

A Equipe de Produção no caso de grandes produções, já começa a se estruturar na preparação , quando os direitos de livro são comprados, o roteiro é avaliado e “ tratado”. (Geralmente, o roteiro sofre diversos tratamentos pelo crivo do Produtor ou Diretor).

É cada vez mais frequente vermos nomes de grandes atores como produtores associados, porque é comprovado que muitos seguram bilheteria. É bom lembrar que em casos de atores realmente famosos, é preciso sempre contar com uma opção sobressalente, um stand by actor.

PRODUÇÃO/FILMAGEM

Palavras chave: Transporte e alimentação

É nesta fase que todas as equipes montam suas bases para realizar as imagens prospostas no Roteiro. Cada equipe possui seu chefe dentro da hierarquia. As equipes são formadas por profissionais previamente contratados pelo Produtor.

FILMAGEM

Palavras chave: Sequências/Planos e elenco

O Plano de filmagem é geralmente feito pelo Diretor ou seu assistente e o Produtor:

A narrativa em cinema e televisão não é continua. A construção do discurso é fracionado por trechos pré- estabelecidos pelo diretor em sua decupagem. Qualquer idioma tem a sua representação gráfica, que sãos os símbolos. Em cinema os símbolos gráficos são os planos. Plano é a menor fração narrativa visual. O tamanho da area enquadrada pela camera determina o nome deste plano. A justaposição destes planos formam “palavras e frases” do discurso audio visual.

Um plano de cinema pode ser bem definido como toda ação que ocorre entre o pedido de ação e corta do diretor. Num plano conjunto, por exemplo, onde têm 2 ou mais pessoas, o diretor decide filmar um diálogo entre eles. Ele liga a camera e dá o ação aos atores. Uma parte do dialogo é encenada. Ele manda cortar, isto representa o fim do plano. Quando ele aproxima a camera para dar continuidade ao diálogo com ênfase em algum personagem, já forma outro plano. . Por falar em continuidade, cada plano precisa ser identificado pela claquete, o que facilita o trabalho de montagem/ edição.

Em resumo, um plano é a menor unidade cinematográfica e e sequência pode ser considerada uma sucessão de planos pré- estabelecidos e que contenham unidade drámatica. Ou seja, uma sequência pretende mostrar uma acão que ajude a contar a história.

Durante a filmagem você pode desejar compactar o tempo que leva na realidade para se fazer as coisas como cozinhar, dirigir um carro, pintar um quadro ou conferir um documento. Com frequência você dá um salto no tempo, cobrindo o início e o fim de cada ação dessas, com planos diferentes e em ângulos diferentes. A pessoa saindo do carro, por exemplo: comece com uma tomada em angulo aberto da pessoa entrando e daí corte o tempo que ela leva para achar a chave certa. Apertas os cintos de segurança, dar partida etc. Cortando para uma tomada camera baixa do carro saindo até passar por ela. Porém, você precisará de corte intermediários; expressões faciais e detalhes da ação principal; talvez tomadas do ponto de vista do sujeito principal da ação, que é chamado de plano subjetivo.

Faça seus cortes intermediários contribuírem o máximo possível para o conteúdo. O termo raccord se enquadra nestes cortes intermediários, pois eles são frações de planos que ajudam a continuidade e fluidez das imagens.

Abaixo os enquadramentos mais conhecidos:

PG Plano Geral – Mostra um grande espaço no qual os personagens podem ou não ser identificados. Uma bonita paisagem ou uma casa mostrada por fora. Enquadra todo o ambiente em que se passa ação. É um plano aberto tecnicamente falando.

PM – A camera enquadra o personagem do pé a cabeça.

Plano Americano – Muito usados nos filmes de Western americanos, enquandra o personagem na altura da cintura, num plano mais próximo na altura do peito ou ainda, no meio das pernas.

Plano Detalhe – Semelhante ao close a imagem captada enche a tela. É mais usado quando se filma um objeto ou parte de um detalhe da ação preenchendo toda a tela.

Close Up – A camera enquadra apenas o rosto do personagem enchendo toda a tela. Os detalhes deste rosto são chamados de Big Close Up.

Plano de Conjunto – Plano médio onde podem se identificar 2 ou mais personagens.

Plano sequência – É quando um plano contém toda a ação dramática de uma determinada situação, há quem chame também de plano master, mas no plano master podem ser feito cortes, de acordo com a concepção do diretor. No plano sequência não há cortes. A sua duração máxima é relativa ao tamanho do chassi do negativo empregado na câmera. Os planos sequência tem como limite um chassi de 120 metros (4 minutos), 300 metros (12 minutos) ou 1.000 metros (40 minutos)com película na bitola de 35mm. Na bitola de 16mm o tempo aumenta de 1/3 com a mesmo metragem.

Todos os planos podem ser filmados ou gravados do alto (plongeé – mergulho em francês) ou do nível do chão (câmera baixa) ou de baixo para cima (contra-plongeé). Os Planos podem ser filmados com a câmera estática ou em movimentos.

Panorâmica - É o movimento que a câmera executa na horizontal para direita ou para esquerda em torno de seu próprio eixo. Poder ser um olhar de um personagem (visão subjetiva) ou decrição de um ambiente ou situação onde se passa a ação.

Tilt – É o movimento vertical da câmera, alto/ baixo vice- versa, no seu próprio eixo. Pode corresponder ao olha de um personagem.

MOVIMENTOS DE CÂMERA

Os planos acima representados são todos executados com a câmera estática.

Há variações nas nomenclaturas de acordo com a autor, portanto é possível que existam ainda outros movimentos de camera que podem confundir. Na verdade, o ideal é prestar atenção em todas as informações porque durante uma filmagem é bom conhecer todas as formas de enquadramento. Chris Rodrigues em seu livro “Cinema e a Produção” cita outros termos de corte, como cut in ou cut out. Porém, estes são mais usados em televisão, a decupagem clássica do cinema é melhor representada pela descrição de Jean Claude Bernadet.

Um exemplo de concepção de filme:

Um homem, num quarto fechado, se aproxima de uma janela e olha para fora. Outra imagem, outra tomada, sucede a primeira. Aparece a rua, onde vemos dois personagens – a mulher do homem e o amante dela, por exemplo.

Para nós, atualmente, a simples justaposição dessas duas imagens, naquela ordem, e até na ordem inversa(começando na rua), nos revela, claramente, sem que precisemos raciocinar, que o homem viu, pela janela, a mulher e o amante na rua. Nós sabemos; nós o vimos no ato de ver. Interpretamos, corretamente e sem esforço, essas imagens justapostas, essa linguagem. Nem pecebemos mais essa conexão elementar automática, reflexiva; como uma espécie de sentido extra, essa capacidade já faz parte do nosso sitema de percepção. Daí, os closes, travellings, gruas entram no roteiro como extensões da intenção do diretor.

Ângulos entre da câmera em relação ao objeto filmado:

1) Eixo vertical

Plongé – câmera mais elevada que o objeto filmado.

Normal – câmera na mesma altura do objeto filmado.

Contra-plongé – câmera mais baixa que o objeto filmado.

2) Eixo Horizontal

Frontal – câmera frontal ao objeto.

Lateral – câmera lateral ao objeto.

De costas – câmera filmando o objeto de costas.

d) As Movimentações Óticas

Durante um plano podem ocorrer movimentações óticas – deslocamentos feitos através da lente – mais comumente chamados zoom. O zoom é um recurso de aumentar uma parte escolhida da imagem pelo emprego de uma lente especial (lente zoom, de comprimento focal variável), dando a impressão de aproximação (zoom in) ou distanciamento (zoom out) da câmera em relação ao assunto, obtendo variações da escala e de todos os outros parâmetros de enquadramento.

Tipos de corte ou transições óticas

Um filme é montado unindo-se os planos filmados na ordem exigida pelo roteiro e imprimindo-se a estes planos o ritmo ditado pela estrutura dramático narrativa da estória. Cada plano junta-se a seus adjacentes, ou seja, aos imediatamente anterior e posterior da maneira que convencionou-se chamar de corte ou transição ótica. Estes nada mais são que as passagens de um plano para outro. Os planos podem ligar-se de diversas maneiras possíveis, isto é, utilizando-se de transições óticas distintas.

Corte seco – simples ligação através da qual dois planos se sucedem apenas por justaposição. Passagem de um plano a outro sem a utilização de nenhum efeito.

Fade out – os últimos fotogramas de um plano se fundem mais ou menos lentamente contra um fundo preto ou branco. O plano vai sendo escurecido ou clareando respectivamente, até ficar sem nenhuma imagem. Finaliza uma cena.

Fade in – é o inverso do fade out. Os primeiros fotogramas de um plano emergem de um fundo preto ou branco. O plano vai clareando ou escurecendo respectivamente, até aparecer a imagem. Inicia uma cena.

Fusão – ao progressivo apagar dos últimos fotogramas do plano se sobrepõem o progressivo emergir dos primeiros fotogramas do plano seguinte, de modo tal que num determinado lapso de tempo as duas imagens se sobrepõem. Ou seja, é o desaparecimento do final de um plano, simultaneamente ao aparecimento do começo do outro. Uma imagem se funde a outra.

Íris out – máscara circular que se fecha, fazendo desaparecer uma imagem. Técnica muito empregada no cinema mudo.

Íris in – é o inverso do íris out. Máscara circular que se abre, fazendo aparecer uma imagem.

Cortina – efeito em que, os primeiros fotogramas de um plano qualquer cruzam o quadro horizontalmente de maneira a cobrir gradativamente toda a ação do plano anterior. Assemelha-se a uma verdadeira cortina, que está sendo fechada. Pode ser da direita para a esquerda e vice-versa.

Finalização de um filme

É finalização onde aparece o trabalho da continuidade, durante toda a filmagem a continuidade trabalhou junto ao fotográfo, diretor, figurino e atores para que o roteiro ou intenção do diretor tenham sido registrados.

Para se ter uma idéia, na correria das gravçãoes há quem esqueça de gravar uma sequência ou esqueçam de mandar o ator falar uma parte do diálogo que pode comprometer todo o filme.

A continuidade durante a filmagem fica com um phone de ouvido acompanhando o que cada personagem diz seguuno o roteiro e pode mandar parar a filmagem se o ator se empolgar e falar demais ou falar.

RESUMO DOS PASSOS DA FINALIZAÇÃO

1) Em um filme finalizado em MOVIOLA:

Transcrição de som para 17 ½ ou 16mm

Sincronização e ordenagem do material

Escolha de takes

1° Corte, Corte final.

Edição de diálogos, ambientes, ruídos

Montagem da música

Filmagem dos créditos, mixagem, transcrição ótica, montagem de negativo, marcação de luz e primeira cópia

2) Em um filme finalizado em AVID E SONIC OU PRO TOOLS:

OBS:

- Telecinagem: passagem do material realizado em película para fita analógica e/ou digital. Através deste processo as cores podem ser ajustadas, assim como os contrastes, o brilho, e ainda outros recursos podem ser realizados. Deste processo participam (quando ételecine de cópia final, ou seja on line) o diretor, o diretor de fotografia, e o operador de telecine. Quando é telecinagem para edição (off line) somente este último trabalha.

- AVID: Programa de edição não-linear que oferece vários recursos (alteração de cores, filtros, animação gráfica, etc) e que se dotado de “film composer” faz com que a imagem trabalhe a 24 quadros por segundo, permitindo assim gerar uma lista de corte (cut list) necessária para a identificação dos cortes feitos no computador com os que serão feitos na película. A lista diz através dos números de bordo o local preciso do corte. A conformação do copião nada mais é do que realizar em película positiva os cortes feitos no AVID. Isso é necessário para conferir o sincronismo do som com a imagem em película para posterior corte do negativo.

O material telecinado é transferido da fita beta do telecine e digitalizado para dentro do computador.

- Sonic e Pro Tools: programas de edição de som que permite a utilização de “n” pistas de som virtuais, que podem sair através de 8, 16, 24. ...(múltiplos de 8) canais, dependendo da mesa. O sonic geralmente é alimentado com fitas Hi-8. Já o Pro Tools que é compatível com AVID, permite que o HD utilizado na montagem de imagem (com diálogos editados) seja transportado diretamente para ele.

- Telecinagem do negativo

- Importação do material para o AVID

- Ordenagem e sincronização do material

- Escolha de takes

- 1° Corte, Corte final, Conformação do copião

- Tirar som do avid para dat e levar para o sonic ou protools e checar sinc com telecine do copião conformado

- Edição de diálogos, ambientes, ruídos, montagem da música e mixagem

- Filmagem dos créditos (pode ser antes da mixagem), transcrição ótica, montagem de negativo, marcação de luz e primeira cópia

OBS: No caso de um documentário, ou seja, de muito material filmado, se torna mais econômico fazer a escolha dos takes com o VHS do vídeo assiste, para depois entrar no AVID.

3) Em um filme finalizado em MOVIOLA E SONIC OU PRO TOOLS:

Processo semelhante ao 1) com as seguintes diferenças:

- Para entrarmos no sonic ou pro tools para a edição de som será necessário telecinar o copião montado. Já que montamos a pista de som direto na moviola podemos colocá-la nessa fita como guia. Serve também para checar o sincronismol De qualquer jeito todo o som original dos diálogos em dat deverá ser importado pro sonic ou pro tools e “ressincado”. Outra opção é transcrever o magnético para dat e levar para o sonic para checar sinc com a beta. Ou seja:

Transcrição de som direto para 17 ½ ou 16mm

Sincronização e ordenagem do material

Escolha de takes

1° Corte, Corte final

Telecinagem off line do copião e colocação do som (magnético) das pistas de diálogo na beta para testar sinc ou transferência do magnético para dat e levar para o sonic para checar sinc com a beta.

Importação de todo o som direto e ambientes, e música (suporte digital) para o sonic ou pro tools

Edição de diálogos, ruídos, ambientes, música

Filmagem dos créditos (pode ser antes da telecinagem), mixagem, transcrição ótica, montagem de negativo, marcação de luz e primeira cópia.

4) Em um filme com captação em vídeo digital finalizado em AVID OU FINAL CUT E SONIC OU PRO TOOLS) com kinescopagem ou transfer:

Obs: Os dois processos geram um negativo

- Kinescopagem: processo inverso da telecinagem, ou seja, passagem de vídeo para película em tempo real

- Transfer: passagem de vídeo digital para película

- Transportar (e sincronizar o som se gravado separadamente em dat) material para AVID ou FINAL CUT

- Escolha de takes

1° Corte, Corte final (com pré edição de som direto)

- Geralmente se recomenda: Kinescopagem ou transfer, Telecinagem do Negativo, checagem do sinc com pré-edição

OBS: a kinescopagem ou transfer pode ser feita depois da edição.

Edição de diálogos, ruídos, ambientes e música no sonic ou protools

Mixagem (saída em hi 8 se mono ou MO Disc – disco de magneto ótico - se dolby analógico ou digital

Transcrição ótica, marcação de luz e primeira cópia

Obs: antes da kinescopagem ou transfer é recomendado fazer uma nova cópia do material com correções de luz (tape to tape)