Em um Mundo Melhor


Título original: Hævnen
Diretor: Susanne Bier
Elenco: Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm, Ulrich Thomsen, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard
Gênero: Drama
Duração: 119 min.
Ano: 2010
Data da Estreia: 11/03/2011
Cor: Colorido
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
País: Dinamarca, Suécia


      Não me lembro de ter assistido um filme ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro e não ter gostado. E este filme não fugiu a regra, já entrou na minha lista de filmes em DVD a serem comprados. Além do Oscar, o filme abocanhou também o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira.

      Assistir a este filme é um convite para refletirmos sobre o que é moral. O universo adulto e da criança se entrelaçam no enredo deixando o tema ainda mais interessante. Como os adultos agem e o que dizem para as crianças sobre como devem agir? É muito fácil ser moralista, enunciar eloquentemente um valor moral mas passar ao largo deste quando se tem que efetivamente cumprí-lo. Quais são os princípios e valores que estamos deixando para as nossas crianças através de nossos exemplos? É certo que as crianças aprendem muito mais observando o que fazemos do que ouvindo o que temos a dizer. 

      A cena inicial do filme é bastante simbólica. Uma caminhote com algumas pessoas na caçamba chega em um pobre acampamento no Quênia e é seguida por diversas crianças correndo. Dentre as pessoas na caçamba está Anton, médico dinamarquês que lá trabalha. É como se o personagem Anton servisse de modelo, um exemplo a ser seguido pelas crianças. Fato curioso é que as crianças gritam diversas vezes enquanto correm, em coro e em inglês, "how are you?".

      Saí da sala do cinema me perguntando isso: Como estou? Como estamos? O que aprendemos e o que podemos ensinar ou deixar como exemplo para as próximas gerações, que estão constantemente nos observando e absorvendo tudo o que fazemos, nos seguindo? Estamos tão rodeados por atitutes e comportamentos regidos pela impaciência, incompreensão e intolerância, que às vezes fica difícil imaginarmos um mundo melhor. Talvez aprender a difícil tarefa de oferecer a outra face seja mesmo a nossa única salvação.

      Quase nada falei sobre o enredo do filme. Se você ainda não assistiu, espero que tenha aguçado um pouquinho a sua curiosidade. Recomendo.  


Março de 2011

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