Confesso que fiquei ansiosa para ver esse filme.Porque era uma refilmagem de um bem antigo com John Wayne,o xerifão americano que a minha geração tanto amou ,e depois, por ser dirigido pelos irmãos Coem,Ethan e Joel,o que de melhor existe na Hollywood de hoje.
Fui e não me arrependi.
Tive ensejo de assistir a uma das cenas mais belas,mais poéticas de toda a história do cinema:sob o céu estrelado e indiferente do Velho Oeste,um velho carrega uma mocinha tentando salvar-lhe a vida.Num dado momento,tropeça,fracassa e exclama:-I’am old!
-Estou velho;nessas poucas palavras um velado desespero que penetra nos seus ossos,espectador.Juro que quis levantar da cadeira para ajudá-lo.
Neste momento o filme cresce em beleza e vira ele próprio numa beleza indômita,como seus personagens.
Jeff Bridges não é John Wayne,mas,está brilhante no papel do bêbado ,valente e sagaz federal deste condado de Yell, Rooster Cogburn,escolhido pela adolescente corajosa e esperta para perseguir em território índio,o assassino do seu pai.
Os diálogos são quase fieis ao livro de Charles Portis ,que deu origem ao filme e são magistrais.Reproduzem o linguajar curioso do Oeste nos idos de 1880.
O filme se reduz a três personagens principais: a menina Mattie (Hailee Steinfeld),que busca por justiç,.o federal Rooster Cogburn, (Jeff Bridges) que é contratado para ajudá-la e o Texas ranger LaBoeuf (Matt Damon) que procura o assassino por outros motivos.
Nenhum tipo de afeição ou cumplicidade move os personagens, tão diferentes entre si;mas,com a convivência instala-se entre eles um profundo respeito que gera uma terna afeição que os acompanhará durante toda a vida, embora nunca mais tivessem se encontrado.Isso porque são gêmeos no espírito,três pragmáticos,três idealistas que não se conformam que o errado esteja certo,obcecados pela justa distribuição do direito e da justiça.
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