NO MÁGICO MUNDO DE MARY POPPINS

No início dos anos sessenta, em algum lugar mágico e remoto deste mundo, mais precisamente na poética rua das cerejeiras número dezesete, rua militarmente comandada por um excêntrico e humorado almirante aposentado, uma simpática babá descia dos céus para rearranjar mágicamente a distorcida afetividade duma família londrina, bem como colocar ordem na bagunça de duas crianças voluntariosas.

Mary Poppins, a babá-personagem de Julie Andrews, então descia das nuvens trazida pelos ventos do leste, ancorada pelo seu guarda-chuvas celestial, a trazer na sua mala de mão nada mais do que poucos acessórios básicos para o alegre comando das duas crianças cuja educação era delegada a terceiros em virtude das intensas atividades (profissional e social) de seus pais.

A babá recebe, através dos ventos que sopravam forte, os pedacinhos duma carta escrita pelas crianças e que fora rasgada pelo pai, aonde haviam eles traçado o perfil duma babá dos seus sonhos, divertida e engraçada , que soubesse cantar e passear.

Assim, se inicia a aventura de Mary Poppins com o casal de irmãos ingleses.

O filme, produzido pela Walt Disney produções, foi dirigido por Robert Stevenson, tem no elenco, além de Júlia Andrews, uma das estrelas dos clássicos musicais estadunidenses, Dick Van Dyke que nos apresenta a arte da dança e do sapateado.

A produção é uma obra prima do cinema fantasia, a princípio dirigido às crianças , porém atingido em cheio a emoção até do adulto mais insensível.

Filmado numa atmosfera poética de cenário londrino, numa fotografia impecável que nos encanta os olhos, num contraste de cores a nos embriagar os sentidos, discorre com a graça dos típicos vestuários dos contos de fadas que viajam com seus personagens pelas cenas das telas do imaginário infantil. Voamos com os personagens para mundos inimagináveis...

O ponto alto da obra são as mensagens filosóficas que permeiam o filme do início ao fim, encantam pela ternura, sem que percebamos sua longa metragem de mais de cento e vinte minutos.

Dentro dum contexto fantasioso e através dos ensinamentos humanitários da babá Mary Poppins, o filme trabalha os principais sentimentos humanos, alegria, tristeza, caridade, egocentrismo, egoísmo, ambição, avareza, autoritarismo, soberba, igualdade, dentro da proposta maior de resgate dos valores da família.

A obra também nos coloca a filosofar sobre o envelhecimento e os vícios humanos que, a despeito da senilidade humana, insistem em incrustar a essência do Homem...através do seu tempo.

Atingido seu intuito de mensagem holística, humanitária e reflexiva , a babá Mary Poppins nos ensina que na vida tudo tem seu curso natural modificável, tão rápido e certo como uma simples mudança dos ventos.

Confesso que nunca havia assistido a fita, de fato me encantei, e a recomendo como uma obra prima não apenas referenciada para o "público pequeno" porém , num simples trocadilho que faço, UMA OBRA OBRIGATÓRIA PARA QUALQUER GENTE GRANDE.

ÀS VEZES, PARA ALGUMA FELICIDADE, É MISTER QUE, " A TEMPO", OPTEMOS POR "SER PEQUENOS".

Será fácil entender este meu PENSAMENTO no final do filme.

E como não tenho mais nada a dizer, então digo:

-Supercalifragilistiexpialidoce!

Com Mary Poppins aprendi que há palavras cuja tradução é a própria vida.