Tragiblasfemiaorgia
Por Valdeck Almeida de Jesus
O filme de Afonso Penna é um protesto contra a ordem estabelecida. A “ordem” imposta pela falta de senso, repleta de regras que ninguém segue mas que, hipócritas como somos, fingimos seguir.
Pode chocar aos mais tímidos, àqueles que não tiveram contato com outras obras de denúncia etc. Cada tomada tem a marca autoral de Afonso, com a direção artística de Fábio Viana. Aliás, essa dupla faz sucesso e história no teatro, música, literatura, cinema, enfim. São dois guardiões do bom gosto, quebrando tabus e preconceitos através da arte.
O filme é despojado, simples, uma verdadeira colagem de imagens e poesias, que transporta o telespectador para um mundo “ideal”, em que não há preconceito de gênero, social, de preferência sexual etc. A plasticidade é percebida na condução do tema, muito polêmico. Com maestria e cuidado a sexualidade é usada como pano de fundo para denunciar mais de cinco séculos de dominação branca na Bahia, tutelada pela moralidade cristã. O que transparece de Tragiblasfemiaorgia é a brutalidade com que o desejo sexual é reprimido. Não há qualquer cena de sexo explícito – e este, definitivamente, não era o objetivo da película -, mas se percebe com facilidade que tanto os poemas, músicas, performances denotam uma vontade represada, que só explode na masturbação diante da câmera desfocada. Ali, é o ápice do filme, que o tempo inteiro diz querer “gozar na cara da hipocrisia”. E goza, literalmente!
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista, poeta, escritor, ativista cultural e funcionário público. Publicou mais de dez livros independentes, participa de 60 antologias e promove um concurso literário o qual já deu oportunidade a mais de 600 poetas do mundo inteiro. Site pessoal www.galinhapulando.com
Por Valdeck Almeida de Jesus
O filme de Afonso Penna é um protesto contra a ordem estabelecida. A “ordem” imposta pela falta de senso, repleta de regras que ninguém segue mas que, hipócritas como somos, fingimos seguir.
Pode chocar aos mais tímidos, àqueles que não tiveram contato com outras obras de denúncia etc. Cada tomada tem a marca autoral de Afonso, com a direção artística de Fábio Viana. Aliás, essa dupla faz sucesso e história no teatro, música, literatura, cinema, enfim. São dois guardiões do bom gosto, quebrando tabus e preconceitos através da arte.
O filme é despojado, simples, uma verdadeira colagem de imagens e poesias, que transporta o telespectador para um mundo “ideal”, em que não há preconceito de gênero, social, de preferência sexual etc. A plasticidade é percebida na condução do tema, muito polêmico. Com maestria e cuidado a sexualidade é usada como pano de fundo para denunciar mais de cinco séculos de dominação branca na Bahia, tutelada pela moralidade cristã. O que transparece de Tragiblasfemiaorgia é a brutalidade com que o desejo sexual é reprimido. Não há qualquer cena de sexo explícito – e este, definitivamente, não era o objetivo da película -, mas se percebe com facilidade que tanto os poemas, músicas, performances denotam uma vontade represada, que só explode na masturbação diante da câmera desfocada. Ali, é o ápice do filme, que o tempo inteiro diz querer “gozar na cara da hipocrisia”. E goza, literalmente!
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista, poeta, escritor, ativista cultural e funcionário público. Publicou mais de dez livros independentes, participa de 60 antologias e promove um concurso literário o qual já deu oportunidade a mais de 600 poetas do mundo inteiro. Site pessoal www.galinhapulando.com