AS SANDÁLIAS DO PESCADOR

Baseado no livro de Morris West (1963)

1968

com Anthony Quinn

Um padre russo, prisioneiro por 20 anos na Sibéria, é libertado, vai para o Vaticano, se torna bispo e é eleito Papa.

Tudo teria sido uma armação para que usassem sua influência contra a fome na China e uma possível guerra.

...............................................................................................

Dois tipos de homens/mulheres mudam o mundo.

E tudo começa na solidão.

Fora do rebanho alguém tem uma idéia. Isso já é um ato solitário.

Como no diálogo do Papa com o lider chinês, grandes idéias/revoluções surgem apenas de palavras, que surgem de pensamentos, que surgem da solidão.

Freud, Galileu, Darwin, Marx...

Seres que têm como arma o pensamento e a palavra.

Outro tipo é o que manipula, com violência, o caminho até o poder.

É matar quem pode atrapalhar seu caminho, trocar favores com quem pode lhe abrir portas e apoiar, colocar pessoas de sua confiança em cargos estratégicos, etc.

Como acontece no meio político...

O filme mostra um homem que não passa por essa política e mantém sua pureza.

Passa pela solidão, bem descrita pelo bispo que o acompanha quando diz que ele será solitário desde a aceitação de ser Papa até a morte, e mantém suas idéias.

E os desfecho é algo impensável pela Igreja Católica.

O filme mostra o Vaticano por dentro com toda sua pompa.

E o personagem, já como Papa, questiona a validade de tudo aquilo.

É como criticarmos o enriquecimento rápido de alguns pastores evangélicos e notarmos que a riqueza deles, somada, não chega a 1/100 da católica.

É notarmos como a História é, constantemente, mal escrita por maus homens.

E quando algo de bom acontece é porque algum bom homem, indo contra a maré e o rebanho, da sua solidão e com um dom de comunicação bem desenvolvido mostra, sem chance de questionamento, um novo caminho.

Jesus, por exemplo...

E depois, o que fizeram em nome dele virou pura política.