AMANTES CONSTANTES
Sinopse:
A trama se inicia em maio de 1968 , época de grandes manifestações sociais e políticas na França. Estudantes de universidades e cursos técnicos de Paris saíram às ruas contra atitudes que cerceavam a liberdade, contra as reformas educacionais e contra o conservadorismo. Setores da sociedade ligados a sindicatos e professores aderiram a esta luta contra o governo de De Gaulle com greves, manifestações e arrombamentos e incêndios de prédios públicos.
A escalada da violência em Paris é crescente. Estudantes enfurecidos e sem muita organização ("Organização é para rebanhos. Queremos a Anarquia") lideram uma baderna no Quartier Latin. As barricadas aparecem. Carros são queimados ou usados como proteção contra os explosivos lançados pelos policiais. Um poderoso efetivo da tropa de choque com cacetetes, capacetes e escudos impede-lhes a passagem ("Os Girondinos estão nas ruas"). A batalha começa. De um lado, rapazes e moças jogam nos policiais paralelepípedos arrancados das ruas. Estes respondem com granadas de gás lacrimogêneo. A vanguarda dos estudantes é formada por rapazes com a cabeça protegida por capacetes de moto. Centenas de jovens são presos. Alguns conseguem fugir, escondendo-se em casas ou subindo em telhados.
O Maio de 68 terminou para os jovens parisienses de uma geração como um sonho emocionante que quando acaba deixa a sensação de uma grande e real frustração.
François Dervieux é um jovem de 20 anos, aspirante a poeta. Ele recusa-se a acompanhar um policial que chega a sua casa com um mandato de busca por ele não ter realizado seu alistamento no serviço militar obrigatório e é levado aos tribunais.
O jovem Antoine, que vive à custa de uma herança milionária deixada pelo seu falecido pai ("meu pai é o dinheiro"), após os confrontos civis transforma a sua casa em uma república socialista, que também é salão de animadas festas e ateliê de arte. Orbitam em torno da república os jovens que filosofam e decidem os rumos das suas vidas a base de charutos de bambu, ópio, haxixe e desilusão.
1969. François apaixona-se por Lilie, escultora de obras em argila. Ambos já tinham se visto em manifestações populares, mas só vão se conhecer numa festa na casa-república, e logo desenvolvem uma árdua paixão, passando a morar juntos e a compartilhar um romance intenso e contraditório.
A direção de fotografia de William Lubtchansky, em preto-e-branco com vários tons de cinza, remete em vários momentos aos filmes mudos do início da história do cinema.
Bastidores: No Festival de Veneza 2005, o filme venceu o Leão de Prata de direção e também um prêmio Osella de contribuição técnica para o veterano diretor de fotografia francês William Lubtchanski – que esteve por trás da fotografia em A Mulher do Lado (81), de Truffaut, Shoah (85), de Claude Lanzmann, Nouvelle Vague (90), de Godard, e de alguns trabalhos de Jacques Rivette, como A Bela Intrigante (91) e Quem Sabe? (2001).
Louis Garrel venceu em 2006 o César de revelação masculina.
Ficha Técnica:
(Les Amants Réguliers, França, 2005)
Drama - 178 min.
Direção: Philippe Garrel.
Roteiro de Philippe Garrel, Arlette Langmann e Marc Cholodenko. Fotografia de William Lubtchansky. Produzido por Nikos Meletopoulos e Mathieu Menut. Elenco: Louis Garrel, Clotilde Hesme, Julien Lucas, Eric Rulliat.