O Crítico: Gladiador

Eu tive acesso à película do diretor narcisista Ridley Scott, o mediocre e oscarizado “Gladiador”.

Na trama dramaticamente defecada por Scott dos porões de sua mente sádica, um general insuportavelmente másculo é traído por um nobre e erudito príncipe que virá a se tornar um imperador. Capturado e humilhado, o general se junta a um grupo de pobretões que são escravizados e transformados em gladiadores para divertir o público no ‘coliseum’, no melhor método petista de governar. Em busca de vingança, o bruptamontes decide se vingar do abastado, como sempre é de feitio nos filmes de diretores sentimentalistas, que constantemente buscam demonizar os nobres.

O longa é de uma pobreza técnica como poucas vezes se viu. Com figurinos dignos de telenovelas e cenários que mais lembram um episódio do gracioso “Power Rangers”. A trilha sonora é outro grande calo nesta película, pois as composições são excessivamente cansativas e não aderem nada a trama. Ah, e não me esquecerei de citar as péssimas atuações que pontuam todo o filme, particularmente o personagem caricato apresentado pelo péssimo Russell Crowe.

Scott investe numa metalínguagem falida, buscando artifícios pouco válidos em um contexto deveras maleável de inquisição intelectual. Nada lembra o cinema contundente de Godard, por exemplo, ou o cinema estilizado de grandes diretores iranianos como Isahin Mughabe, que sempre buscavam o diferencial bucólico em suas obras. Já Ridley Scott abusa de maneirismo e artificialismo, investindo descaradamente num maniqueísmo totalmente exacerbado.

E ainda se não bastasse, para o desespero dos mais esclarecidos, no ato final o nobre imperador acaba derrotado pelo bruptamontes piegas, que encontra sua redenção na mediocridade. Ao final do longa, a sensação que tive era de que acabara de desperdiçar todo o meu tempo com mais um trabalho irrelevante.

Diego Minardy
Enviado por Diego Minardy em 15/11/2010
Reeditado em 16/11/2010
Código do texto: T2617796