Sinopse

Chico Xavier é uma adaptação para o cinema do livro  "As Vidas de Chico Xavier" de Marcel Souto Xavier. Dirigido por Daniel Filho, com roteiro de Bernstein ele é estrelado por Nelson Xavier, Ângelo Antonio e Matheus Costa, que representam . Chico em várias etapas da sua vida. O filme descreve a trajetória do médium Chico Xavier, que viveu 92 anos desenvolvendo atividade mediúnica e filantrópica. Mostra a Vida conturbada que ele teve desde menino, suas lutas para superar a pobreza e o preconceito que sua condição mediúnica despertava nas pessoas. Mostra que ele venceu pelo amor. Com mais de 400 obras literárias psicografadas, suas mensagens espirituais consolaram milhões de pessoas, pregaram a paz e estimularam a prática da caridade.
Fica questão: Quem foi Chico Xavier? Um escolhido? Uma fraude? Existe mesmo um mundo após a morte onde as conciências sobrevivem em forma de espírito? Tudo se se torna uma questão de acreditar ou não. Para os seus admiradores Chico Xavier é um um santo. Para quem não crê, ele é um personagem inexplicável. Aqui fica patente o velho ditado: para quem não acredita, nenhuma explicação é suficiente; para quem acredita, nenhuma explicação é necessária.  

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QUEM FOI CHICO XAVIER

O seu nome de batismo era Francisco de Paula Cândido em homenagem ao santo do dia de seu nascimento. Francisco Cândido Xavier foi o nome adotado quando psicografou seu primeiro livro. Mais tarde, em 1965, esse nome foi adotado como oficial Segundo seus biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado aos quatro anos de idade quando ele respondeu ao pai sobre questões físicas e biológicas, relativas á gravidez de uma senhora que estava conversando com seu pai. Eram informações que um garoto de quatro anos não podia ter, razão pela qual foi muito grande o espanto das pessoas que presenciaram o fenômeno
A mãe de Chico Xavier faleceu quando ele tinha apenas cinco anos de idade. Sem condições de criar os nove filhos do casal sozinho o pai os distribuiu entre os parentes. Assim, durante dois anos, ele morou com uma de suas madrinhas, uma senhora chamada Rita de Cássia. Essa mulher logo se revelou uma pessoa muito cruel, que lhe batia diariamente e o obrigava a se vestir de menina.
Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Segundo seu próprio testemunho ele só encontrava satisfação nos diálogos que travava com o espírito de sua mãe, com quem dizia se comunicar desde os cinco anos de idade. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava "paciência, resignação e fé em Jesus" ao ele, e foram esses conselhos que o ajudaram a suportar aqueles anos difíceis em que ele viveu com a madrinha.

Quando seu pai se casou novamente os nove filhos foram novamente reunidos. Francisco estava nessa época com sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. A madrasta de Francisco era uma boa pessoa, tratava muito bem os enteados. Por insistência dela, Francisco foi matriculado na escola pública e começou a frequentar a igreja.
Tanto na escola quanto na igreja, a mediunidade de Francisco continuava a se ma-nifestar. Quando uma redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922, ele disse que a mesma lhe havia sido ditada por uma entidade espiritual. Os cole-gas zombaram dele e o acusaram de plágio. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio.
Seu pai não acreditava na sua mediunidade. Achava que o menino era doente e cogitou em interná-lo. Só desistiu de seu intento depois que um padre de nome Scarzelli o desaconselhou, fazendo-o ver que tudo não passava de fantasias de menino, que desapareceriam a medida que ele fosse ficando mais maduro. O padre Scarzelli aconselhou a família a restringir-lhe as leituras fantasiosas, e ir trabalhar. Assim, com pouco mais de doze anos, o menino Francisco começou a trabalhar como operário em uma fábrica de tecidos, onde trabalhava cerca de doze horas por dia, como era costume naqueles tempos.
Em 1924 terminou o curso primário e a sua educação parou por ai. Continuou a trabalhar, trocando a fábrica de tecidos por um balcão de comércio. E á medida que amadurecia, sua mediunidade continuava a se manifestar de forma cada vez mais forte, provocando a ira do padre da sua igreja e da sua própria família. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos.

O COMEÇO DA OBRA

Em 1927, morre a madrasta Cidália. Uma de suas irmãs apresentou um quadro de insanidade que foi diagnosticado por um medium espírita como um processo de obses-são espiritual. Para ajudar sua irmã Francisco começou a estudar o espiritismo. Estudou as obras de Allan Kardec e demais trabalhos do gênero. Mais tarde ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, num barracão de madeira de propriedade de um de seus irmãos. Logo produziu a sua primeira obra psicografada, um opúsculo de 17 páginas, contendo diversas reflexões. Nos quatro anos subsequentes aperfeiçoou essa capacidade para, finalmente em 1931, produzir um trabalho psicografado completo.
Por sua pena começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente iden-tificados a partir de 1931. Todavia, a partir de 1928 os jornais já haviam começado a publicar suas mensagens psicografadas. O Jornal, do Rio de Janeiro, e o Almanaque de Notícias, de Portugal, foram os pioneiros.
Em 1931, na cidade de Pedro Leopoldo ele iniciou a psicografia da obra "Parnaso de Além-Túmulo", seu primeiro trabalho de vulto. Nesse ano, ele encontrou o seu mentor espiritual Emmanuel. Foi o espirito de Emmanuel que o instruiu sobre a missão que ele cumprir na terra, que consistiria em servir de interprete para entidades espirituais que precisavam de um canal de expressão para se manifestarem e assim conseguirem obter a graça de se tornarem espíritos de luz.

AS OBRAS PSICOGRAFADAS

O "Parnaso de Além-Túmulo" foi publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB). Era uma coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portu-gueses. De pronto obteve uma grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira. Os críticos se dividiram entre o reconhecimento do talento do autor e a acusação de fraude. Foi chamado de caixeirinho analfabeto e outros epítetos, mas não importou nem desistiu de psicografar.
Estabelece contato com o espírito de Bezerra de Menezes e continua a publicar os poemas ditados pelo espírito de Emmanuel. De dia trabalha no comércio, á noite atende aos necessitados no Centro Espírita Luís Gonzaga. Cresce sua fama como médium e como escritor.
No decorrer da década de 1930, publica um estranho trabalho chamado "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", atribuído ao espírito de Humberto de Cam-pos, famoso poeta e professor, onde a história do Brasil é interpretada de forma esotérica. Em consequência foi processado pela viúva do escritor, que pleiteou por via judicial os direitos autorais pela obra psicografada. A viúva perdeu o caso porque o juiz entendeu que o tribunal não tinha condições de se pronunciar sobre a existência ou não de mediunidade. Para evitar futuras pendências, nas edições posteriores, o nome de Humberto de Campos foi substituido pelo Irmão X.
Neste período, Francisco ingressou no serviço público federal, como Auxiliar de Serviço no Ministério da Agricultura.
Em 1943 Francisco publica uma das suas obras mais populares. Trata-se do ro-mance "Nosso Lar", o mais vendido e divulgado da sua extensa obra. Foi o primeiro trabalho ditado pelo espírito do médico André Luís. Em 2010 essa obra se tornou se tornou um filme de grande sucesso.
Logo o trabalho de Chico Xavier se tornou conhecido em todo país e no exterior. Curas e mensagens de espirituais atraem um público sempre crescente á pequena cidade de Pedro Leopoldo, que é transformada em um centro informal de peregrinação.
Em consequência de uma polêmica causada por um sobrinho seu, que o denunciou como falso médium, Chico Xavier mudou-se para Uberaba, onde viveu até ao fim da sua vida. Até o fim continuou a produzir psicografar obras literárias psicografadas, que criaram um vasto sistema filosófico que tem servido como conforto e amparo espiritual para milhões de pessoas em todo o mundo.

UM ARQUÉTIPO CURADOR

Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardio-respiratória no ano de 2002. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, ele teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito fe-lizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passa-mento. No dia da sua morte o Brasil país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol.
Por sua obra e sua vida de dedicada a felicidade do próximo, Chico Xavier merece ser elencado entre os modelos de Arquétipo Curador.Não importando qual for a crença das pessoas, esse árquétipo existe dentro de nós, basta apenas conhecermos a senha para acessá-lo.


João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/11/2010
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T2613846
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