Fora de controle (What just happened)
Eu não sei o que acabou de acontecer. Uma crítica à vida dos bastidores hollywoodianos? Sim. Ela presta? Não. O resultado final é uma grande mistura de fatos que não tem um timing interessante, não são construídos de maneira cativante, ou inteligente, e acaba sendo um dos filmes da atual tendência americana: engula se puder.
As atuações são fracas demais. De Niro atua com bastante normalidade, caracterizando muito superficialmente, quase que emprestando apenas memória e corpo ao trabalho insípido. Não vale uma locação, mesmo, é do tipo que se deixa pra assistir na televisão.
A trama gira ao redor da vida de um agente que, como indica o título, perde o controle das coisas em sua vida. Bom, seria interessante ter uma ideia de como a vida deste cara era, ou então uma tomada no futuro, algum paralelismo, enfim, o que acontece é que nada acontece. É uma linearidade bastante tola que culmina em um final não-conclusivo, como se pudesse deixar no ar alguma coisa de valioso. Acredite, não deixa. Falam, na sinopse, sobre a filha. Filha? Durante o filme inteiro você precisa se esforçar pra lembrar que ele tem uma filha, tamanha é a relevância do papel e do desempenho da atriz, aquela do filme de vampiro.
Uma boa grana e mais de uma hora e meia de tempo perdido. Não funciona nem como pastelão, nem como comédia inteligente. O lance de deixar algo no ar fica muito melhor nas mãos dos irmãos Coen, por exemplo, que nas de Art Linson, o roteirista, sob a direção de Barry Levinson. Este, por sinal, diretor de "Bom dia, Vietnam", "Sleepers", "Esfera", entre outros.
Enfim, poderia ter passado sem essa. Esperava algo mais fierce, não sei, um filme menos diluído. Coisa de quem se arrisca. Próxima locação, algo menos arriscado no quesito qualidade. Uma indicação amistosa é a boa pra evitar passos em falso. Em todo caso, fica a dica pra quem estava pensando em ver o Bruce Willis.