O LIVRO DE ELI
(a última fronteira)

2009
com Denzel Washington
de Hughes Brothers


Eli carrega um livro, a Bíblia (o filme despreza o Alcorão e outras religiões com seus manuais de instrução).
É o único exemplar que sobreviveu ao pós-quase-apocalipse de um pós-guerra que, segundo alguns, foi causada pela própria Bíblia e por isso resolveram queimar todas que sobraram da Grande Destruição.
Ele recebeu uma mensagem divina dizendo para levá-la para o Oeste e desde então defende seu livro único com seu facão afiado contra o povo desorientado nos escombros.

De novo (ou velho) o Deus "assassino" ordenando seu escolhido matar os que se colocam em seu caminho...

De qualquer forma, houve um tempo no qual respeitávamos os professores.
Mas isso foi por livro abaixo quando pais e governantes se isentaram da tarefa de educar.

Houve um tempo também no qual respeitávamos os policiais.
Mas isso foi por morro acima quando mocinhos e bandidos começaram a notar que frequentavam os mesmos supermercados.

Também houve um tempo no qual respeitávamos presidentes, governadores e outros cargos pagos pelos impostos.
Mas isso foi por mídia afora quando vimos que o terno e a gravata alinhados eram só para a foto da posse.

A última fronteira para a barbárie é, como mostra o filme, a religião.
Houve um tempo no qual a única igreja da cidade era a católica, na praça central. E os religiosos se dividiam em católicos e algo resumido como "não-católicos".
Hoje qualquer pai prefere ver sua filha pagando taxa para guia espiritual salafrário, pensando ter comprado um pedaço do céu, do que engravidando do traficante do bairro para se achar a nova rainha do pedaço.

Talvez seja o sinal do fim dos tempos.

Talvez seja, afinal, o final dos velhos tempos.

Ou talvez estejamos vendo sinais demais numa rua apagada...