O que me levou tão rápido ao cinema,lugar em que ando meio vasqueira,fugindo de vampiros e lobisomens?
Em primeiro lugar,o saudosismo.Não perdia o Bem- Amado nas séries de Tv ou na novela.O personagem Odorico Paraguassú incorporado por Paulo Gracindo nunca saiu da minha memória.
Odoricos,conheci muitos e o espécime não está em extinção pois as obras faraônicas e que não levam a coisa alguma continuam,igualzinho ao cemitério de Sucupira,de saudosa memória.
Quanto ao novo filme,não vou dizer que não gostei.Passa-se umas horas agradáveis,os atores são ótimos,mas...as situações me pareceram muito forçadas,os personagens e atores não se entendiam,pareciam desconfortáveis,como se dissessem:- o que estou fazendo aqui e,para quem,como eu assistiu o Odorico , de Gracindo era impossível não fazer a comparação
Aquela idéia de traçar um parâmetro entre Sucupira e o Brasil não foi feliz.Quase transformou o filme num samba do crioulo doido;Jango,os militares,Sucupira,ficou misturado demais,sem sentido demais,sei lá,o amigo tem todo direito de discordar e o diretor de espernear,mas,achei assim e pronto!
O papel de José Wilker,um Zeca Diabo urbano,sem nada de nordestino,muito ético,papagueando a famosa deixa “ meu padin Pade Cícero” foi a gota d’ água.Ainda bem que apareceu pouco.
As pacatas Irmãs Cajazeiras, sequer eram uma caricatura das antigas;pareciam donas de bordel.
Os sotaques pseudo –nordestinos,um desastre.
Extrai algumas risadas sem vontade, mas,sai decepcionada com a mutilação modernosa (para imitar o falar delicioso do velho Odorico) da obra – prima do Dias Gomes.
Ponto para a música e as canções, e para a fotografia,excelente.
Gosto demais dos filmes de Guel Arraes,que contêm um bom sabor nordestino,mas,esse,passo adiante.
- Vou atrás das velhas cópias do antigo Bem – Amado.