Eclipse- Resenha  por Giselle Sato


Quem é fã da saga e leu todos os volumes espera ansiosamente a estréia nas telas, não há como deixar de visualizar os conflitos e cenas descritas, e desta forma é inevitável não comparar literatura e cinema. É preciso lembrar que os filmes são adaptações do romance da autora, portanto quem quiser riqueza de detalhes e minúcias deve ler o livro de Stephenie Meyer e depois ir ao cinema sem esperar assistir tudo que considerou relevante.

Crepúsculo foi o primeiro contato e apresentou os personagens timidamente, o  relacionamento entre uma humana e um vampiro teve um apelo e tanto. O sucesso da química dos atores principais, imediatamente caiu nas boas graças de milhões de adolescentes. Impossível resistir à narrativa intimista, é quase como se Bella compartilhasse seus pensamentos com a melhor amiga, as cenas deste primeiro filme foram sutilmente realizadas para tocar, emocionar e conquistar. Inesquecível o primeiro passeio de Bella nas costas de Edward, o encontro na ravina em flor, o clima sombrio de Forks e a beleza selvagem da praia na reserva indígena. De perder o fôlego os olhares trocados pelo casal no refeitório da escola, assim como o clã reunido jogando e a trilha musical. Enfim, esta introdução foi decisiva para o restante da saga e não decepcionou os leitores que aprovaram atores e a forma com que a história ganhou as telas.

 Lua Nova colocou em evidência  o conflito do casal protagonista, partiu corações com a dor de Bella , o drama do abandono e as incertezas de Edward. A grande surpresa veio do universo sobrenatural na forma dos lobisomens, com roupagem diferente e em sequencias cheias de  efeitos especiais. Por melhor que seja nossa imaginação, não há como não gostar de assistir aqueles lobos transformando-se. Ponto positivo para a telona.

Jacob  e seu físico torneado conquistou o espaço e deixou o universo teen de boca aberta. O lobo com um coração apaixonado capaz de derreter qualquer mocinha, é ainda por cima bom caráter a ponto de aceitar ser o melhor amigo da amada. Como se não bastasse tivemos os vampiros italianos, mais antigos e muito poderosos: Os temidos Volturi, que mantêm a ordem fazendo cumprir as leis dos vampiros, primaram no figurino e nas atuações perfeitas dos atores. Mais uma vez, foi divertido e saímos satisfeitos do cinema. Pronto, eis que temos um fenômeno em vendas e milhões de pessoas começam a seguir, discutir, sonhar e esperar o próximo filme ansiosamente.

Quem leu Eclipse percebeu que a autora alcançou certa maturidade, é evidente que a segurança também é notada nos personagens, diálogos e a trama ganhou força. Bella está muito mais interessante nesta fase de questionamentos e buscas. Edward mais cínico e menos bonzinho é um vampiro atraente e sedutor. O clã dos lobos e as histórias da tribo são contadas  e é a vez do valente Jacob, musculoso, quente e cheio de hormônios em ebulição, confundir de vez a cabecinha de Bella. O contraste entre a beleza de mármore e as chamas da fogueira em lendas tão distintas,  são convites incompatíveis, e é assim que acontece o fenômeno Eclipse: A luz do sol escondendo-se sob as sombras parece inofensiva e mágica. No entanto ela é extremamente perigosa se não tomarmos as devidas precauções.

Dois grandes conflitos regem este volume e é bom não perder o foco. A vingança de Victória e a decisão de Bella entre o  amor do vampiro e a amizade com o lobo. São situações que tendem a desenvolver um leque de histórias paralelas e a autora aproveitou bastante e não deixou nada a desejar. A vampira vilã planeja a destruição de Bella e todo o clã dos Cullen em grande estilo, é uma articuladora inteligente que surpreende pela ousadia de manipular seu próprio exército. São recém-criados sedentos e desorganizados, liderados por um jovem vampiro de Forks, sabiamente escolhido por Victoria para o combate contra os vampiros de olhos amarelos. Como não conseguem controlar a sede, trucidam milhares de cidadãos e aterrorizam Seattle com a matança desenfreada.

Enquanto isto Bella precisa se refugiar na reserva, o  único local seguro pois nenhum vampiro imagina que os lobos protegem a moça, claro que Edward morre de ciúmes e Jacob aproveita a chance para mostrar seus dotes. A tão  temida cobrança por intimidade acontece e o vampiro tenta de todas as formas escapar das investidas de Bella. Ao mesmo tempo Edward confessa sentir o mesmo desejo, deixando a menina e as leitoras decepcionadas e ansiosas. O jogo de sedução é perfeito para as românticas, principalmente após o vampiro propor ir até o fim se ela aceitar casar-se com ele.

O  grande mistério é a aparente ignorância dos fatos pelos Volturi, que são os guardiões das regras e em Lua Nova haviam exigido a transformação de Bella. Por outro lado as explicações sobre o surgimento e principalmente aumento dos lobos é revelado, assim como as histórias dos outros componentes do clã antes das transformações. Eclipse vem elucidar pontos cegos da trama, preparando para a continuação em Amanhecer que fecha saga Crepúsculo.

E quanto ao filme? Bem, aí temos outra história bem mais complicada e neste ponto as opiniões não chegam a um denominador comum. O estilo do diretor David Slade é apresentar a ação em sequencias rápidas, claras e objetivas. No ponto certo, o que para muitos será suficiente e para outros um resumo nada generoso. Lamentei a mudança da atriz que interpreta Victoria, sua atuação foi minúscula e a vampira vilã virou mera coadjuvante de uma história em que tinha grande influencia. O elenco muito mais centrado nos personagens, atuou com desprendimento e segurança. O que poderia ter rendido maior aprofundamento na trama.

Bella e Edward agradam nas cenas de amor, Jacob exibe o abdome quase todo o tempo, os novos lobos são carismáticos e os pais de Bella, a turminha de Forks e os Cullens cumprem bem o papel. O que está faltando neste filme? Introspecção. Era para ser o mais sombrio e sangrento, a formação do exercito de Victoria e a luta contra os Cullen tinham tudo para empolgar, no entanto tudo passa rápido demais. Uma pena não assistir mais um pouco sobre as histórias de Jasper Hale e Rosalie Hale e  ter tido um contato mínimo com os novos membros da alcatéia. Leah e Seth Clearwater são muito expressivos e ficaram perdidos. O famoso imprinting que nada mais é que o encontro das almas gêmeas entre os índios, foi explicado de forma didática e perdeu um pouco da magia.
Houve momentos quentes como anunciado, o melhor foi a cena da barraca com Edward, Bella e Jacob enfrentando a situação delicada. Nada que o virtuoso Edward não tenha estragado com seu ar gelado. Mas pela primeira vez, ele foi sarcástico e bem maldoso ou vingativo com Jacob, que após tantas provocações recebeu o troco. Aliás, o ator Taylor que interpreta Jake teve a melhor atuação e foi responsável pelos melhores momentos trocando piadas e perturbando Edward. Ele realmente tirou o vampiro do sério.

Quanto aos novos personagens, Riley teve muito destaque e foi um ótimo vampiro vilão, Jodelle , a menininha sinistra de  Silent Hill fez uma Bree perfeita, mas só quem leu o livro a Breve segunda vida de Bree Tanner sabe que a personagem é riquíssima e foi um completo desperdício.Final para Dakota Fanning, como sempre um show interpretando Jane a vampira Volturi.
Como escrevi no início da resenha, para quem leu o livro é pura diversão ver as os atores tomando forma, os cenários sendo retratados e com certeza alguma coisa vai se salvar. O colorido da clareira onde Edward e Bella fazem a cena final é super romântica e pueril. Eles são uma gracinha e não há como não gostar da dupla. E para quem não leu o livro, o filme é um resumo interessante que vai agradar ainda mais, já que a ausência de detalhes não terá a menor importância.

De qualquer maneira todos vão acabar assistindo e depois começar tudo outra vez, esperando Amanhecer que já avisaram que será dividido em duas partes. Quem sabe desta vez agrada a todos?- Bom filme.
 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 09/07/2010
Reeditado em 10/07/2010
Código do texto: T2368416
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